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RICARDO STUCKERT
O Acordo de Associação Mercosul-União Europeia, concluído nesta sexta-feira (6), promete ser um marco para a economia brasileira, ao estabelecer uma das maiores áreas de integração econômica do mundo. O tratado visa agregar mais valor à pauta comercial do país, ao mesmo tempo em que impulsiona a modernização e evolução de sua indústria. Com a criação de uma zona de livre comércio abrangendo mais de 750 milhões de consumidores, o acordo posiciona o Brasil dentro de um mercado que representa 17% da economia global e 30% das exportações mundiais de bens.
O caminho até o acordo
As negociações do acordo, que se arrastam desde 1999, foram concluídas em termos preliminares em 2019. No entanto, sua ratificação foi adiada devido a preocupações relacionadas, especialmente a questões ambientais e de sustentabilidade. Em 2023, as negociações foram retomadas com o objetivo de superar essas dificuldades e chegar a um consenso equilibrado entre as partes.
Benefícios esperados
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia que o acordo trará benefícios significativos para o Brasil, como a diversificação das exportações e a ampliação da base de parceiros comerciais, além de fortalecer a competitividade da indústria nacional. O tratado é visto como uma oportunidade para integrar a economia brasileira de maneira mais robusta às cadeias globais de valor, o que pode gerar ganhos econômicos e sociais duradouros.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, destaca a importância estratégica do acordo, que, ao conectar a economia do Brasil ao bloco econômico europeu, abre novas perspectivas para a agregação de valor à pauta exportadora do país e para o fortalecimento da sua indústria. “Além de diversificar nossas exportações e expandir a base de parceiros comerciais, o acordo ampliará o acesso preferencial do Brasil ao mercado mundial de 8% para 37%, alinhando-se à agenda de crescimento sustentável”, afirma Alban.
Reversão da re-primarização das exportações
O acordo também representa um passo importante para reverter a re-primarização das exportações brasileiras, ao garantir que aproximadamente 97% das exportações industriais do Brasil para a União Europeia tenham tarifa zero assim que o tratado for implementado. Isso incentivará a indústria brasileira a exportar produtos de maior valor agregado para um mercado altamente competitivo, com um PIB per capita de US$ 40,8 mil.
Geração de empregos
Outro impacto positivo do acordo será a criação de empregos. Em 2023, a cada R$ 1 bilhão exportado para o bloco europeu, foram gerados 21,7 mil postos de trabalho, um número superior ao de mercados como o chinês, que geraram 14,4 mil empregos por bilhão de reais exportado.
A CNI vê o acordo Mercosul-União Europeia como uma oportunidade histórica para reposicionar o Brasil no comércio global, estimulando a produtividade e a competitividade da indústria de forma sustentável, ao mesmo tempo em que promove o crescimento econômico inclusivo.
Fonte: portaldoagronegocio