Uma das culturas que mais dinamizam o meio agrícola e a economia do mundo é o algodão. A fibra é produzida em mais de 70 países, em todos os continentes, onde são plantados, anualmente, 32 milhões de hectares, movimentando 10 trilhões de dólares por ano. Nesse cenário, o Brasil tem peso expressivo, é o quarto maior produtor do mundo, segundo maior exportador e o sétimo maior consumidor. O Valor Bruto da Produção (VBP) de algodão, em 2022, é de R$ 41 bilhões, sendo a quarta cultura mais importante da agricultura brasileira, depois da soja, cana-de-açúcar e milho.
Para comemorar a pujança do setor, a associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) mobilizou cotonicultores, trabalhadores e pessoas ligadas à moda e ao setor produtivo, para celebrar o Dia Mundial do Algodão, comemorado em 7 de outubro. Durante essa semana, a associação, por meio do movimento Sou de Algodão, trabalhará na campanha alusiva à data, o conceito “Segue o fio”, que estará presente em uma série de iniciativas para estimular o consumo da fibra. A jornalista e influenciadora Maria Prata é a personalidade da ação deste ano. O Dia Mundial do Algodão foi lançamento oficial em 2019, em Genebra, na Suíça, durante evento promovido pela Organização Mundial do Comércio (OMC), numa iniciativa do ICAC, com outras entidades internacionais como FAO, Organização Mundial do Comércio (OMC), United Nations Conference of Trade and Development (Unctad) e o International Trade Center (ITC).
O caminho da pluma
O presidente da Abrapa, Júlio Busato, destaca a importância da fibra e enfatiza que a pluma natural, é biodegradável e sustentável, por isso é sempre uma boa escolha. “Celebramos o dia junto aos produtores de algodão que incorporam à fibra natural a sustentabilidade na cultura, tão essencial nos dias de hoje. Agradeço pelas contribuições, por se adaptarem e perseverarem nas mudanças que foram necessárias para mantermos a qualidade do algodão brasileiro”, ressaltou. O algodão é usado por quase todas as pessoas em todo o mundo diariamente. Não à toa, a cadeia é uma das que mais gera emprego no País e no mundo, contribuindo para o desenvolvimento das regiões produtoras.
Parceira da cotonicultura na pesquisa e transferência de tecnologia para implementação de programas junto aos produtores e segmentos da cadeia, a Embrapa Algodão tem papel de destaque nas regiões produtoras da fibra. Para o chefe geral da Embrapa Algodão, Alderi Aarújo, é uma cultura complexa e que precisa permanentemente se renovar para atender as demandas e isso compreende desde o plantio até o beneficiamento. Segundo Araújo, esse aprimoramento possibilitou ao Brasil ter uma das melhores plumas do mercado, além dos melhores índices de produtividade. “Destaco como importante ganho da produção o fato de o algodão crescer no País como cultura sustentável na área econômica, social e, sobretudo, ambiental”, disse.
Para Fernando Pimentel, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), o setor sente-se orgulhoso por ser parte relevante nessa rede da cotonicultura. “Somos o principal consumidor da matéria-prima produzida em nosso País, onde trabalhamos de forma conjunta com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão e Associação Nacional dos Exportadores de Algodão, visando ao fortalecimento de uma cadeia vasta de produção e distribuição. Parabéns aos produtores de algodão do Brasil, bem como à indústria têxtil e de confecção de nosso país, o maior cliente da produção nacional”.
O presidente da Anea, Miguel Faus, ressaltou a presença do Brasil entre os maiores produtores mundiais de algodão, junto a Estados Unidos, China, Índia e Paquistão e é líder em produtividade nas lavouras de sequeiro. Segundo ele, características como a qualidade da pluma e a regularidade no fornecimento atribuíram ao algodão brasileiro uma posição de destaque no mercado mundial, consolidando o Brasil como um dos principais fornecedores do globo. “Já ocupamos a posição de segundo maior exportador e continuamos a atuar para avançar ainda mais. Sendo uma das culturas mais importantes da nossa agricultura, gera emprego, renda e desenvolvimento em todas as regiões em que seu cultivo está presente”, destacou.
Algodão para o bem em todo mundo
Há uma razão para o tema do Dia Mundial do Algodão ser “Algodão para o Bem”! Em todo o mundo, a fibra natural é a mais importante, enfatiza o diretor de comunicação do Icac, Mike McCUE. O argumento é de que alivia a pobreza e fornece trabalho e renda para mulheres em muitos países menos desenvolvidos, ajuda a combater as mudanças climáticas sequestrando mais carbono do que emite, além de fornecer subprodutos valiosos, como óleo de cozinha e ração para o gado, e é usado em produtos farmacêuticos, notas de moeda e muito mais. Diante de tantas justificativas positivas relacionadas à pluma, “talvez o mais importante de tudo, cada peça de roupa de algodão significa que haverá menos microplásticos em nossa água, em animais selvagens e em nossa cadeia alimentar”. O algodão é bom para o planeta, ressalta, e nada mais justo do que uma data alusiva à fibra.