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Agronegócio

Abiove considera alta no consumo de diesel do país em projeções sobre biodiesel

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Em sua previsão inicial, a Abiove considerava em projeções de demanda de soja –principal matéria-prima do biodiesel no Brasil– uma mistura do biocombustível de 15% no diesel a partir de março, conforme cronograma previsto em resolução anterior do governo.

Mas a perspectiva é de uma decisão sobre a mistura em março, para valer somente a partir de abril. E mesmo o setor produtivo rebaixou suas expectativa sobre o aumento do percentual de biodiesel. A proposta é de uma alta gradual ante o patamar atual de 10%, com o B15 se tornando possível somente em 2024.

Em fevereiro deste ano, a Abiove junto com a Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio) e a União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) enviaram ao Ministério de Minas e Energia proposta de aumento da mistura até o B15 ocorrendo de forma gradual: 12% em abril, 13% em maio e junho, e 14% de julho de 2023 a fevereiro de 2024, com o B15 sendo então atingido em março do ano que vem.

Questionada se a adoção dessa proposta pelo governo eventualmente mudaria os números de demanda de soja no Brasil, visto que a previsão anterior considerava B15 em março, a Abiove indicou que os dados em processo de revisão não devem sofrer tantas mudanças em relação aos atuais, e um consumo mais forte de diesel foi apontado como fator.

Isso porque a Abiove também “considera um cenário de aumento do consumo de diesel”, destacou o economista-chefe da associação, Daniel Amaral.

Uma decisão sobre a mistura de biodiesel é esperada para a próxima reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) no dia 17 de março.

O aumento gradual na mistura proposto pela indústria visa dar a previsibilidade necessária para que todos os setores se ajustem, acrescentou a Abiove.

O óleo de soja respondeu por mais de 65% da produção de biodiesel no Brasil em 2022.

Para este ano, a Abiove projeta um processamento recorde de soja de 52,5 milhões de toneladas, 2,1 milhão de toneladas acima de 2022.

Isso resultaria em produção de 40,2 milhões de toneladas de farelo de soja, usado como matéria-prima para ração animal, e em 10,7 milhões de toneladas de óleo de soja, meio milhão de toneladas acima 2022.

Com uma safra recorde acima de 150 milhões de toneladas de soja, ainda haveria oferta para exportações históricas de 92 milhões de toneladas do grão brasileiro em 2023, contra 78,9 milhões de toneladas em 2022.

Fonte: portaldoagronegocio

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