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Agronegócio

A eficiência da ressincronização em bovinos de corte

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A pecuária de corte ocupa uma posição de destaque no mercado econômico brasileiro. Atualmente, o Brasil é o primeiro exportador de carne in natura, seguido pelos Estados Unidos e Austrália. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações de carne bovina do país cresceram 42% em 2022, em relação ao ano anterior, alcançando o recorde de 13 bilhões de dólares no ano. Números como esses mostram também como os produtores agem dentro de campo, buscando sempre as melhores estratégias produtivas e reprodutivas para alcançar sucesso na pecuária. 

Ter uma estação de monta definida garante o melhor desempenho da atividade. Muitas fazendas já estão seguindo para o final da estação e a utilização da ressincronização das matrizes vem crescendo de forma significativa a cada ano.  

A médica veterinária Isabella Marconato, coordenadora do Concept Plus Corte da Alta, explica como esta estratégia reprodutiva acontece dentro das fazendas. “A inseminação artificial é usada há muito tempo e o protocolo de sincronização da ovulação das matrizes é uma etapa para a realização da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), o que otimiza o manejo nas fazendas. Convencionalmente, após 30 dias é feito um diagnóstico de gestação: as matrizes diagnosticadas como prenhas não recebem nenhum outro manejo reprodutivo de imediato, já as matrizes vazias, aquelas que não emprenharam, podem ser ressincronizadas fazendo um novo protocolo de IATF para ter o maior número de fêmeas gestantes da inseminação e, desta forma, ter maior concentração dos partos no início da estação de parição”, pondera. 

A ressincronização das matrizes é uma das formas de aumentar a taxa de prenhez final, utilizada em diversas fazendas no Brasil. A adoção deste novo protocolo traz benefícios para os produtores que buscam obter o melhoramento genético associado à eficiência reprodutiva. “Um dos maiores benefícios da ressincronização é conseguir emprenhar vacas que não estariam ciclando, ou seja, não estariam preparadas para a monta natural, mesmo após a realização do primeiro protocolo. Com esse segundo protocolo, é dado um novo start hormonal nas vacas que ainda estão em anestro, possibilitando que ela volte a ciclar e aumente o número de matrizes gestantes”, detalha Marconato.     

Segundo a veterinária, a categoria de maior desafio no Brasil hoje são as primíparas. “As matrizes mais jovens, com a primeira gestação e parto, exigem mais atenção do produtor, pois, além de demandarem energia para manutenção da gestação e, posteriormente, produção de leite, ainda requerem energia para seu crescimento, o que gera uma alta exigência nutricional. Quando não suprida esta exigência, a matriz entra em balanço energético negativo, perdendo escore de condição corporal (ECC), o que resultará no aumento do anestro pós-parto, período em que a matriz não cicla, dificultando sua reconcepção. A IATF é uma ferramenta que nos auxilia neste cenário, no entanto, mesmo após o primeiro protocolo a taxa de ciclicidade média das primíparas no Brasil é muito baixa, fazendo com que esta categoria seja a mais beneficiada com os protocolos de ressincronização. 

Dados de campo mostram que quando realizamos duas IATF’s + Repasse nas primíparas, comparado a uma IATF + repasse, podemos incrementar até 20 pontos percentuais na taxa de prenhez final da categoria”, complementa.

Programa Concept Plus  

Neste período de estação de monta dentro das fazendas, as equipes do Programa Concept Plus da Alta coletam dados importantes para gerar informações e discussões de alta relevância para a pecuária de cria, além de identificar os touros com melhor fertilidade no campo. “Existem muitas variáveis que impactam no resultado da IATF, tais como o escore de condição corporal (ECC), categoria da matriz, touro, inseminador etc. O Concept Plus coleta todas essas informações para conseguir isolar o efeito, que, realmente, é do touro, com o auxílio da análise estatística”, explica a coordenadora do programa.   

O Concept Plus tem o objetivo de apresentar respostas concretas das variações de fertilidade no campo, que não podem ser diagnosticadas em testes laboratoriais. Para isso, os touros são classificados após um processo que passa por coleta de dados no campo, filtro de qualidade e análise bioestatística para a apresentação dos índices de fertilidade.

Fonte: portaldoagronegocio

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