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Agronegócio

A Ascensão das Mulheres na Indústria do Café em Minas Gerais: Empoderamento e Transformação

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Durante décadas, a participação das mulheres no agronegócio esteve limitada a funções secundárias, frequentemente associadas às atividades domésticas e de suporte. No entanto, essa realidade vem mudando. Cada vez mais, as mulheres estão assumindo papéis de liderança, trazendo inovações e novas perspectivas para o campo. Segundo o IBGE, em 2022, 31% das propriedades rurais no Brasil já eram geridas por mulheres, mais que o dobro do registrado em 2006.

Um exemplo notável dessa transformação é Patrícia Mara Lopes de Oliveira, produtora de café em Nepomuceno, Minas Gerais. Em 2015, após a perda de seu marido, Patrícia enfrentou o desafio de gerir a Fazenda Aroeiras, que possui 18 hectares de lavoura de café, mesmo sem experiência prévia em gestão agrícola. Com três filhas pequenas para cuidar, Izabela, Mariana e Giovana, ela decidiu dedicar-se integralmente à produção cafeeira.

Naquela época, muitos duvidaram de sua capacidade de administrar a fazenda, chegando a sugerir que vendesse a propriedade. Determinada a preservar o legado familiar, Patrícia procurou qualificação por meio do Sistema Faemg Senar, em parceria com os Sindicatos Rurais, onde aprendeu as técnicas necessárias para conduzir a lavoura. “Costumo dizer que me formei pelo Sistema Faemg Senar”, afirmou.

Sob sua liderança, a Fazenda Aroeiras prosperou. Hoje, a propriedade produz entre 1.500 e 2.000 sacas de café a cada dois anos, incluindo cafés especiais. Patrícia investiu em novos equipamentos, aprimorou as técnicas de manejo e melhorou as condições de trabalho para seus três colaboradores. A fazenda também conquistou três certificações importantes, e Patrícia lançou a marca “Café Fazenda Aroeiras”, reconhecida por suas notas sensoriais exclusivas. Além disso, ela se destaca como conselheira do Grupo Cafeína, da Cooperativa Cocatrel, e é ativa no movimento das mulheres no café.

O Sistema Faemg Senar, por meio de seu escritório regional em Varginha, tem dado suporte a grupos de mulheres na região. Em Boa Esperança, o grupo “As Mulheres do Agro de Boa” reúne 120 participantes. Em Nepomuceno, a associação “As Cafezeiras” conta com 30 mulheres, incluindo Patrícia. Em Oliveira, foi criado o Núcleo das Mulheres do Agronegócio, com mais de 80 integrantes, e um novo núcleo está sendo formado em Passa Tempo, ampliando essa rede de apoio.

“Nós, mulheres, somos fortes, temos garra e somos capazes de liderar no campo e em qualquer lugar do agronegócio”, conclui Patrícia, que hoje é exemplo de resiliência e liderança no setor cafeeiro.

Fonte: portaldoagronegocio

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