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Agronegócio

11º SBSBL: Gerenciamento de lipólise na fase de transição é imprescindível para evitar doenças nas vacas leiteiras

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11º SBSBL: Gerenciamento de lipólise na fase de transição é imprescindível para evitar doenças nas vacas leiteiras

Nesta fase, o rebanho sofre uma série de alterações metabólicas e ficam mais suscetíveis a doenças. E o gerenciamento da lipólise, que é a mobilização de gordura, tem grande influência neste processo. O assunto foi tema da palestra do médico veterinário Andres Contreras nesta quinta-feira (10), último dia do 11º Simpósio Brasil Sul de de Leite (SBSBL), promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet).

Para exemplificar os impactos no rebanho, Andres trouxe estudos que demonstram as diferenças do funcionamento da lipólise em vacas que foram ou não expostas a situações de estresse. Os animais que sofreram maior estresse, por exemplo, apresentaram mobilização acentuada na gordura corporal, bem como na inflamação do tecido adiposo. São mudanças que interferem diretamente na saúde e podem provocar problemas como perda de peso, mastite, redução na fertilidade e na produção de leite.

Andres destacou a importância em avaliar a função do tecido adiposo e elencou como principais métodos biomarcadores por imagem, NEFA, BHB, pesagem, das taxas de proteína e gordura no leite, além de explicar os prós e contras de cada um. 

O especialista em Medicina Comparada e Biologia Integrativa lembrou que os biomarcadores atuais disponíveis no mercado são retrospectivos. “Não temos um biomarcador usado para fazer uma medição preventiva e garantir que essa vaca não fique doente após o parto. Todas as alternativas que temos são retrospectivas, com sensibilidade e especificidade limitadas. Portanto, só poderemos tomar decisões no próximo grupo de animais, com base nas informações que colhemos do grupo atual”. Ele ressaltou que recomenda o uso de mais de um biomarcador para as análises das funções do tecido adiposo, pois abordagens mais abrangentes trarão resultados mais precisos. 

Como soluções para modular a função do tecido adiposo e gerenciar as inflamações no rebanho, Andres mencionou a niacina, ingestão de matéria seca, propilenoglicol, glicose, doadores de metil, cromo, monensina e a suplementação com ácidos graxos poli e monoinsaturados e exemplificou o desempenho de cada composto neste processo. 

Para concluir, citou possibilidades de tratamento para a cetose bovina, doença metabólica que afeta especialmente vacas leiteiras de alta performance nas primeiras semanas de lactação. Também revelou estudos em que o aumento da glicose no sangue, bem como a redução da lipólise, foi assertivo para a das vacas. De acordo com o doutor, o uso de niacina e flumexine meglumine contribuem para reduzir a cetose clínica dos animais, melhorando os níveis de glicose em vacas que não apresentaram a doença.

“É fundamental monitorar de forma contínua o tecido adiposo para saber qual tipo de intervenção será necessária no rebanho. Há várias alternativas disponíveis para modular a lipólise, mas precisamos lembrar que é preciso analisar três aspectos primordiais, que são o manejo, opções farmacológicas e de nutrição para termos um diagnóstico mais preciso”, finalizou. 

6ª BRASIL SUL MILK FAIR

Em paralelo ao 11º SBSBL, foi realizada a 6ª Brasil Sul Milk Fair. A feira trouxe produtos, serviços e tecnologias que impulsionam a bovinocultura leiteira. Os expositores são empresas das áreas de aditivos nutricionais, tecnológicos, sensoriais e zootécnicos; insumos agrícolas, como fertilizantes e sementes; nutrição: alimentos balanceados, núcleos, premixes vitamínicos/minerais e ingredientes; saúde animal: , terapêuticos, profiláticos e melhores de desempenho; distribuidores do setor, além de instituições de ensino e imprensa especializada.

APOIO

O 11º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite contou com o apoio da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), do Conselho Regional de Medicina Veterinária de SC (CRMV/SC), da Prefeitura de Chapecó e da Sociedade Catarinense de Medicina Veterinária (Somevesc).

Fonte: portaldoagronegocio

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