Notícias

Advogada afirma que vítima sabia que ia morrer ao cobrar dívida no Paraná

2025 word1
Grupo do Whatsapp Cuiabá
mortos cobrar divida pr vitima sabia ia morrer diz advogada

Via @vejamais | Após encontrar os corpos dos quatro homens que desapareceram ao tentarem fazer a cobrança de uma dívida no Paraná, a polícia descobriu que um deles, Rafael Juliano Marascalchi, escondeu o seu próprio RG dentro do sapato. A leitura da advogada que o representa é a de que ele fez isso por saber que iria morrer e para tentar garantir que fosse identificado

“Em algum momento que ele teve a possibilidade de fazer isso, entre agressões ou no momento em que foi rendido, ele guardou o RG no tênis. Tinha muito sangue no RG. E é muito estranho que ele tenha colocado isso lá, mas, certamente, ele fez isso em um momento de intenso perigo e medo, imaginando que fosse morrer ali, para garantir que fosse identificado [no futuro]”, disse para VEJA a advogada Josiane Monteiro. 

Apesar de a perícia nos corpos não ter sido concluída e seus resultados ainda não serem públicos, a advogada recebeu alguns pertences da vítima, dentre os quais o RG ensanguentado. “Eu perguntei à polícia onde encontraram e me disseram que estava dentro do sapato dele”, explicou. 

A advogada diz que o três amigos cobradores de dívidas e o contratante deles foram vítimas de uma emboscada dos devedores, Antônio Buscariollo e Paulo Ricardo Costa Buscariollo , e que foram muito agredidos antes de serem mortos. “Acredito que ele [Rafael] não morreu no momento da emboscada, e os traumas [nos corpos deles] mostram isso”, afirma ao citar a informação de que uma das vítimas teria tido um afundamento de crânio, além de vários hematomas e marcas de balas. 

Ainda segundo a advogada Josiane Monteiro, a polícia possui atualmente uma lista com vários nomes de pessoas que podem ter ajudado os Buscariollo no crime. Todos estão sendo investigados e podem ter a prisão solicitada em breve. 

Além Rafael Juliano Marascalchi, a polícia também encontrou os corpos de Diego Henrique Afonso, Robishley Hirnani de Oliveira e lencar Gonçalves de Souza (o contratante deles). Eles foram enterrados abaixo de plantas em uma região de mata afastada da cidade de Icaraíma, onde o crime ocorreu no início de agosto. 

Relembre o caso

Três amigos desapareceram após viajarem de São Paulo ao Paraná para cobrar uma dívida de 255 mil reais. Eles foram contratados por um homem — que também está desaparecido — para fazer a cobrança do débito, relativo a uma transação envolvendo um imóvel rural. A polícia trabalha com a hipótese de que os devedores tenham matado os quatro

Diego Henrique Afonso, Robishley Hirnani de Oliveira e Rafael Juliano Marascalchi trabalhavam irregularmente há pelo menos 13 anos fazendo cobranças de dívidas de modo agressivo e persuasivo, segundo a polícia. Eles foram contratados por um morador de Icaraíma, no noroeste do Paraná, identificado como Alencar Gonçalves de Souza para que cobrassem o valor de um terreno rural da cidade que ele vendeu à família Buscariollo, moradora da região. 

Os três amigos saíram de São José do Rio Preto, em São Paulo, e chegaram a Icaraíma no dia 4 de julho, quando já entraram em contato com os devedores. Sem resultado, eles voltaram no dia seguinte para continuar a cobrança, mas, desde então, perderam contato com os familiares — momento em que o desaparecimento deles foi informado à polícia. 

“Os familiares deles contribuíram [com as investigações], mas não conseguem passar informações precisas sobre o negócio porque nenhum dos cobradores esclarecia exatamente a suas esposas qual era o exato objeto da cobrança. Eles falaram para elas de forma genérica que estavam vindo para o Paraná para cobrar uma dívida que tinha relação com um imóvel, mas não passaram para elas as minúcias do negócio que poderiam ajudar nas investigações”, explicou o delegado Gabriel Menezes. 

Enquanto viajavam para o Paraná, os três homens fizeram uma foto no carro (imagem acima) e publicaram nas redes sociais. 

Do outro lado, os familiares do contratante, Alencar de Souza, também informaram o desaparecimento dele desde o meio-dia do dia 4. As últimas pessoas que teriam tido contato com ele teriam sido Antônio Buscariollo e Paulo Ricardo Costa Buscariollo, pai e filho respectivamente, quando ele teria cobrado pessoalmente o valor que eles deviam. 

Ambos foram ouvidos pela polícia assim que os desaparecimentos foram notificados e disseram não ter qualquer relação com a compra do terreno. Eles teriam indicado outras duas pessoas da família como devedores do caso, mas a polícia não conseguiu confirmar essa versão até o momento, já que não conseguiu encontrar essas pessoas. 

Pai e filho foram liberados, mas, em seguida, as autoridades abriram mandados de prisão preventiva contra eles — quando os policiais foram até a casa deles, no entanto, não encontraram mais nenhuma pessoa da família. Antônio Buscariollo e Paulo Ricardo Costa Buscariollo são considerados foragidos. 

Por Pedro Jordão
Fonte: @vejamais

Sobre o autor

Avatar de Redação

Redação

Estamos empenhados em estabelecer uma comunidade ativa e solidária que possa impulsionar mudanças positivas na sociedade.