SAÚDE

Adolescentes com diabetes tipo 1 no Brasil: 1 em cada 4 estĂŁo acima do peso

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Menos comum, o diabetes tipo 1 Ă© uma doença autoimune e atinge cerca de 5% a 10% dos pacientes diabĂ©ticos. E, no Brasil, 25% dos adolescentes com esse tipo de diabetes tĂȘm apresentado sobrepeso ou obesidade, o que traz complicaçÔes como como hipertensĂŁo, colesterol alto e sĂ­ndrome metabĂłlica – um conjunto de condiçÔes que aumentam a chance de problemas como infarto e derrame.

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O dado Ă© de um estudo multicĂȘntrico recĂ©m-divulgado, que acompanhou 1.760 pacientes em 10 cidades, dos quais 367 eram jovens com idade mĂ©dia de 16 anos. Ele marca uma mudança no perfil dos diabĂ©ticos tipo 1 que, tradicionalmente, sempre foram magros – ao contrĂĄrio daqueles pacientes com o tipo 2, que normalmente sĂŁo pessoas com sobrepeso e obesidade. As informaçÔes sĂŁo da AgĂȘncia Einstein.

“Isso agrega fatores de risco que eles não tinham quando eram magros e torna o prognóstico desses pacientes muito ruim”, diz a professora Marilia Brito Gomes, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), líder do estudo. “A epidemia de obesidade chegou aos jovens com diabetes tipo 1”, observa o endocrinologista Paulo Rosenbaum, do Hospital Israelita Albert Einstein.

NĂșmero recentes do Atlas do Diabetes, divulgado pela Federação Internacional de Diabetes (IDF, na sigla em inglĂȘs) no inĂ­cio de 2022, apontam que nos Ășltimos 10 anos houve um aumento de 26,6% no nĂșmero de pacientes diabĂ©ticos no Brasil. O relatĂłrio diz ainda que hĂĄ cerca de 1,2 milhĂŁo de crianças e adolescentes vivem com diabetes tipo 1 e que mais da metade deles possui menos de 15 anos.

Com o novo perfil, complicaçÔes para o tratamento

Esse novo perfil de diabético faz com que muitas vezes esses pacientes apresentem características dos dois tipos da doença. Tanto que, em alguns casos, eles chegam a precisar usar metformina, um remédio receitado para casos de diabetes tipo 2. E, com esse conjunto de fatores de risco, a chance de complicaçÔes a longo prazo é maior, incluindo infartos, derrames e problemas nos rins e retina.

Os quilos extras tambĂ©m complicam o tratamento, porque esses pacientes vĂŁo ter mais resistĂȘncia Ă  insulina, alĂ©m das outras comorbidades. E como a prĂłpria insulina pode gerar ganho de peso, esses indivĂ­duos acabam precisando usar mais dela no total, o que gera um ciclo vicioso. NĂŁo Ă  toa, menos de 20% dos pacientes tinham a glicemia sob controle e menos da metade deles seguia uma dieta adequada.

Para estes casos, Marilia Brito Gomes avalia que o ideal Ă© que as consultas mĂ©dicas sejam em intervalos menores, de dois em dois meses. Ainda, eles precisariam do acompanhamento de um educador fĂ­sico, para orientar uma rotina de exercĂ­cios, e de nutricionista, para acompanhar a aderĂȘncia Ă  dieta. “AlĂ©m disso, em adolescentes, o impacto da doença pode ser muito grande e muitos demoram a aceitar o diagnĂłstico e o tratamento”, nota Paulo Rosenbaum. Nesses casos, tambĂ©m Ă© importante o suporte psicolĂłgico, que pode fazer toda a diferença.

Fonte: semprefamilia.com.br

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FĂĄbio Neves

Jornalista DRT 0003133/MT - O universo de cada um, se resume no tamanho do seu saber. Vamos ser a mudança que, queremos ver no Mundo