O prefeito alegou que esse modelo não tem sido mais vantajoso para o município porque “já existe outro grupo” investindo nisso. Além disso, ele reclamou que o município não tem, por exemplo, gestão completa sobre pacientes de suas próprias unidades.
“Você tem a saúde de Cuiabá já com gestão do Governo do estado, tem o Hospital Central, o Hospital Júlio Muller do Governo, Santa Casa com o Governo, você tem outros hospitais que já estão com recursos diretos e aplicação direta. E a própria regulação dos pacientes está com o governo do estado”, disse. “É só carregar do corredor e colocar dentro da UTI, [mas] não pode porque é o estado que regula esse paciente”.
“Então não temos mais a gestão nem do nosso próprio paciente. O paciente da UPA depende do governo do estado para ir para o HMC, pronto-socorro ou São Benedito. O paciente que está em qualquer um dos hospitais para ir a uma UTI ou para um procedimento de urgência, depende do governo do estado”, completou.
Em caso de rompimento, o prefeito explicou que funcionaria da seguinte forma: o estado cuidaria da média e alta complexidade e o município ficaria com as UPAs, com as unidades básicas, com as policlínicas, com o centro de referência de recuperação, centro de especialidade médica e outras áreas.
“O município ia cuidar dos pacientes e daquilo que é relevante ao município, e o estado cuidaria da gestão desses hospitais. Assim como em Várzea Grande o estado tem o hospital metropolitano e tal”, declarou.
“A gente poderia até passar o HMC e o São Benedito para o governo do estado gerenciar os hospitais de média e alta complexidade, ele poderia cuidar de tudo isso. Não tem problema nenhum”, comentou.
Questionado se tratou do assunto com o Ministério Público e a Secretaria Estadual de Saúde, disse que está “abrindo um espaço de conversa e fazendo avaliações”.
O prefeito reclamou também que não tem recebido em sua totalidade verbas do governo do estado que seria destinado à saúde. “O repasse do estado para o município auxiliar na saúde é muito baixo, era pactuado R$ 5 milhões, mas recebemos R$ 2,5, milhões”.
De acordo com Abilio, a prefeitura gasta por mês cerca de R$ 30 milhões no HMC e nos São Benedito e recebe do estado apenas R$ 2,5 milhões.
Perguntado onde aplicaria o dinheiro que é destinado ao HMC e São Benedito caso o governo estadual assumisse as duas unidades, afirmou que poderia destinar para “reformas de todas as unidades básicas, melhoria nos atendimentos e saúde preventiva”.
Fonte: Olhar Direto