A declaração foi dada nesta terça-feira (11), em meio à crise pública entre aliados. Questionado se o desentendimento poderia “melar” o possível apoio do ex-presidente ao governador, Abilio disse que não. “Não acho que seja tão simples assim, nem tão raso dessa forma”.
Para o prefeito, as alianças políticas são mais complexas e sólidas do que uma discussão pontual. “Elas precisam entender como elas são mais sólidas do que qualquer discussão razoável dessa”, afirmou.
A disputa do governador por uma vaga no Senado é considerada praticamente certa nos bastidores. No mês passado, informações surgiram de que Jair Bolsonaro oficializaria apoio a Otaviano Pivetta (Republicanos) para suceder Mendes no Palácio Paiaguás, e ao próprio governador para a corrida ao Senado.
Esse movimento ocorreria mesmo com o PL tendo um nome próprio na disputa, o senador Wellington Fagundes.
Em sua fala, o prefeito fez um alerta velado, sugerindo que a continuação da briga pública poderia ter consequências graves para o governador. Abilio advertiu que, se Mendes quiser “se afastar da direita, é só continuar nesse caminho”.
“Se quiser ir para o centro ou buscar a centro-esquerda, é só continuar brigando, que aí sim vai para um caminho muito ruim”, disparou. “Agora, nós ainda estamos numa fase que é bom deixar quieta essa discussão, acalmar essa situação toda, entender que nós temos muito mais coisas em comum do que coisas que divergem”.
Questionado se essa divisão poderia beneficiar a esquerda, Abilio negou. Para ele, a esquerda não está “fazendo nada” para colher os frutos dessa situação.
“Ninguém nem está falando da esquerda no estado do Mato Grosso, ninguém está dando nem moral para os candidatos da esquerda no estado do Mato Grosso, é apenas um nome da direita entrando em discussão boba”.
Na mesma entrevista, o prefeito Abilio saiu em defesa do deputado federal Eduardo e afirmou que o governador “estava de cabeça quente” e que provocou a discussão sem necessidade.
Na semana passada, Mendes disparou contra Eduardo Bolsonaro e disse que o deputado estava “falando merda lá nos Estados Unidos” e “longe da realidade”. A reação foi aos ataques de Eduardo ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), cotado para disputar a Presidência.
Eduardo, por sua vez, publicou um vídeo chamando Mendes de “político de bosta” e o acusou de agir com “frouxidão”.
Em entrevista à TV Jovem Pan nesta segunda-feira (10), Mauro disse que Eduardo tem provocado divisões dentro da direita ao atacar aliados e que ele próprio não irá “ficar garganteando” sobre sua atuação em defesa da anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Eu já vi o Eduardo Bolsonaro criticar o Tarcísio, criticar o Nicolas, criticar muita gente aqui no Brasil lá dos Estados Unidos. A pergunta que a imprensa me fez foi exatamente por ele estar criticando o governador Tarcísio, que é meu amigo… um grande representante da direita hoje e, acima de tudo, um grande brasileiro”, afirmou.
Mauro reforçou que Eduardo tem ultrapassado limites, inclusive com críticas ao próprio pai.
“Ele tem que parar de ficar nos Estados Unidos falando merda, dividindo a direita. Ele criticou inclusive o pai dele, gente. Eu vi um áudio… que ele chama o pai de ingrato. Meu Deus, como pode…? Se ele é alguma coisa hoje, se deve a Jair Messias Bolsonaro”, comentou.
Fonte: Olhar Direto






