“O aeródromo, que é o aeroporto da Bom Futuro, realmente ficou lindo, realmente ficou bonito, realmente é o melhor aeroporto do Centro-Oeste, talvez um dos melhores aeroportos privados do Brasil, muito bom aeroporto”, reconheceu o prefeito, antes de soltar a acusação. “Só que tem um processo, inclusive, apurando uma invasão de áreas públicas”.
Segundo Abilio, o sistema de georreferenciamento da Prefeitura de Cuiabá aponta que o empreendimento foi erguido sobre duas vias públicas do município. E não economizou no tom provocador ao questionar se o poder público adotaria a mesma postura firme que vem aplicando contra as famílias do Contorno.
“Vamos agir da mesma medida? Pedindo para aquele brilhante, lindo, maravilhoso aeroporto sair de lá? Porque ele está em cima de uma via pública”, questionou. “Essa via pública não pode ser simplesmente ignorada com um parecer do município dizendo que não se importa com aquela área”.
— Leiagora Portal de Notícias (@leiagorabr) July 1, 2025
Em nota, o Grupo Bom Futuro contestou as declarações do prefeito e disse ver como “lamentável” a tentativa de reverter, por vias indiretas, decisões judiciais já transitadas em julgado. A empresa afirma que o inquérito civil aberto pela 17ª Promotoria de Justiça de Cuiabá tem origem em uma representação de terceiros “inconformados” com ações de usucapião que já foram reconhecidas pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso e pelo Superior Tribunal de Justiça.
Segundo a nota, as posses foram adquiridas onerosamente de antigos ocupantes – muitos com mais de 30 anos de uso pacífico – e regularizadas por meio de ações judiciais, com ampla produção de provas, participação do Ministério Público e manifestação da própria Prefeitura de Cuiabá, que teria declarado nos autos não ter interesse sobre a área, por se tratar de bem particular.
“A alegação de usurpação de bem público não se sustenta e não tem respaldo nos processos judiciais”, disse o grupo, que reafirma a “absoluta tranquilidade quanto à legalidade e legitimidade de suas aquisições”.
Fonte: leiagora