A visita reforça a estratégia do gestor municipal de pressionar pela substituição do BRT (Bus Rapid Transit), já anunciado pelo governo de Mato Grosso, pela nova tecnologia elétrica e autônoma. O gestor fez questão, inclusive, de reforçar nas redes socais que quer implantar o modal na capital e tem conversado com o governador Mauro Mendes (União) e com o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos).
O Paraná tornou-se o primeiro estado da América do Sul a testar o veículo, que opera no trajeto entre Pinhais e Piraquara. Para Abilio, o modelo representa o contraponto ideal às obras de infraestrutura pesada que o BRT exige.
“Essa é a ideia que nós temos para um transporte moderno para Cuiabá. Eles levaram cinco meses para implantar o modal depois que os veículos chegaram. Todo elétrico, sustentável e sem muitas obras estruturantes”, declarou Abilio, utilizando as redes sociais para demonstrar as funcionalidades do veículo.
A principal tese defendida por Abilio é a agilidade de implementação. Enquanto o BRT exige a concretagem de pistas exclusivas e reforçadas, o que gera transtornos no trânsito e custos elevados, o BUD (tecnicamente conhecido como ART) roda sobre pneus, guiado por sensores no asfalto (sinalização de solo), sem necessidade de trilhos ou cabos aéreos e nem mesmo uma pista de concreto, como tem sido feito hoje em Cuiabá.
Durante a vistoria, o prefeito destacou características técnicas que, segundo ele, assemelham o conforto do BUD ao de um metrô ou VLT, mas com a flexibilidade de um ônibus:
- Capacidade: Transporta de 280 a 360 passageiros;
- Design: Piso baixo, isolamento acústico e cabines bidirecionais (não precisa fazer retorno, apenas o motorista troca de lado);
- Tecnologia: 100% elétrico e com sistema de condução autônoma (monitorado por motorista).
A defesa ferrenha de Abilio pelo novo modal esbarra na realidade jurídica e administrativa do Estado. O governo de Mato Grosso, sob gestão de Mauro Mendes (União), já investiu milhões na implantação do BRT, concebido justamente para enterrar o fantasma do VLT da Copa, obra que se arrastou por uma década sem conclusão.
Apesar de Abilio afirmar que tem mantido diálogo com o governador e com o vice-governador Otaviano Pivetta, o Palácio Paiaguás mantém, até o momento, uma indefinição sobre qual modelo de veículo irá adotar para a região metropolitana. O assunto já gerou certos embates enter Mauro e Abilio, mas que vezes ou outras são amenizadas.
A análise política do cenário aponta para um desafio complexo: interromper o BRT agora geraria desgaste ao governo, que já lida com atrasos nas obras e mudanças no trajeto, além dos recursos já investidos na concretagem das vias em Várzea Grande e Cuiabá. Por outro lado, Abilio aposta no apelo popular da “modernidade” e na promessa de menor impacto urbano para tentar reverter a decisão do Estado.
O prefeito argumenta que o BUD poderia operar na calha já existente do BRT, evitando novos custos. “Estamos conversando com o governador Mauro Mendes, com Otaviano Pivetta e torcemos que nós sejamos os próximos a ter esse veículo rodando em Cuiabá”, finalizou Abilio, sinalizando que a disputa pelo modelo de transporte da capital está longe de um consenso.
Fonte: leiagora






