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Agronegócio

Anomalia da soja pode estar relacionada a três fatores

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Anomalia da soja. Foto: Renan Haach

Experimentos em Mato Grosso e Rondônia estão sendo feitos para buscar respostas à ocorrência da podridão da vagem, conhecida como anomalia da soja, e ao quebramento da haste. Os testes são realizados por uma rede composta por instituições de pesquisa, empresas de melhoramento genético, de consultorias e sementeiras e são conduzidos de forma integrada.

Os problemas na oleaginosa surgiram em Mato Grosso nas últimas safras e, desde então, causam preocupação aos produtores rurais. Por isso, cada experimento serve para observação e coleta de dados relacionados às duas falhas da cultura.

Ao todo, são 12 ensaios que avaliam 42 cultivares geneticamente modificadas, outras 12 análises com materiais convencionais (não transgênicos) e mais 12 testes com nove cultivares e três épocas de plantio. Há ainda seis ensaios com uso de diferentes estratégias de fungicidas. As áreas de pesquisa estão localizadas em Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, em Mato Grosso, e em São Miguel Ariquemes e Guaporé, em Rondônia.

Conjunto de causas

De acordo com o pesquisador da Embrapa Cerrados, Auster Farias, os dois problemas são novos e ainda não há uma conclusão sobre as causas. Trabalha-se com diferentes hipóteses relacionando a causa a patógenos ou às condições climáticas ou ainda ao sistema de produção. “Pode ser que não seja um fator isolado, mas sim um conjunto dessas causas”, explica o pesquisador.

Na safra passada já foram feitas algumas observações importantes, porém em áreas de vitrines de cultivares e não em experimentos montados com esse propósito. Para padronizar a coleta de informações, pesquisadores da Embrapa e parceiros definiram metodologias de coleta de dados e de materiais.

Farias explica que, nos experimentos em campo, estão sendo coletados tecidos vegetais para isolamento de patógenos visando identificar possíveis causas e também serão coletadas amostras para estudos genômicos. “Nosso objetivo é selecionar materiais mais resistentes ao quebramento e à podridão da vagem, além de identificar as causas dos problemas”, explica.

A pesquisadora da Embrapa Agrossilvipastoril, Dulândula Wruck, explica que foram identificados fungos em materiais coletados na última safra. Porém, quando inoculados em plantas em casa de vegetação, os sintomas não foram reproduzidos. De toda forma, a pesquisa realizada nesta safra testa diferentes estratégias de controle do patógeno, como tratamento de semente, aplicação de fungicidas multisítio ou sitioespecífico, além de aplicações em diferentes épocas.

Quebramento da haste

planta soja morta

Foto: Embrapa Soja

O quebramento da haste ou tombamento da soja começou a ser observado com maior intensidade na safra 2021/2022 na região médio-norte de Mato Grosso. O problema leva ao quebramento das plantas normalmente a partir de R5. No local do quebramento há escurecimento do interior da haste, porém, ainda não se sabe se os microrganismos ali presentes são a causa do problema ou se são uma consequência.

Pela metodologia definida pela Embrapa, a avaliação deve ser feita em estádio R7, ou antes, caso o quebramento seja precoce. Escolhe-se uma linha onde há o quebramento e faz-se a contagem de plantas danificadas em dois metros lineares. O nível de tombamento é calculado pelo percentual de plantas quebradas.

Além disso, deve-se analisar o escurecimento da haste, conforme metodologia já descrita em 2015. Além das informações observadas em campo, são coletadas informações sobre cultivares, hábito de crescimento, data de semeadura, manejo de fungicidas, entre outras.

Apodrecimento da vagem de soja

anomalia na soja

Foto: Blog Canal Rural MT/reprodução

O apodrecimento de grãos e vagens em estádio final de formação em lavouras de soja vem sendo observado com maior frequência em algumas regiões brasileiras, desde a safra 2019/2020, em especial na região do médio-norte do estado de Mato Grosso, causando redução significativa de produtividade em lavouras com alto potencial produtivo, principalmente nas primeiras semeaduras.

Pesquisadores da Embrapa Soja e da Embrapa Agrossilvipastoril vem fazendo visitas a lavouras com o problema, coletando amostras. Eles já definiram uma metodologia de coleta e registro de informações, que foi enviada para pesquisadores de outras instituições, bem como para consultores, agricultores e entidades de classe como sindicato rural e associação de produtores.

Atualmente fazem parte da Rede de pesquisa a Embrapa (por meio das unidades Agrossilvipastoril, Cerrados e Soja), Basf, Syngenta, Bayer, TMG, GDM, Fundação Rio Verde, Coacen, FitoLab, Aprosoja, Proteplan, EPR Consultoria, HO Sementes, Fundação Mato Grosso, Plantagro, Universidade Federal de Rondônia, Universidade Federal de Mato Grosso, Agronorte, Ihara, UPL, Corteva, Sipcan, Solo Fértil e MZ Serviços Agrícolas.

A rede de pesquisa busca fontes de financiamento para custeio dos experimentos e das pesquisas.

Fonte: canalrural

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