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Após polêmica, Letônia revoga licença de rara emissora independente russa

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Quando a na Ucrânia começou, em 24 de fevereiro, os jornalistas da maior emissora de televisão independente da Rússia precisaram escolher se iriam abrir mão de seu trabalho ou se iriam deixar o país. Por conta disso, a grande maioria dos profissionais da TV Rain se estabeleceram na Letônia, onde continuaram a se opor ao Kremlin e a denunciar suas agressões a milhões de telespectadores. 

Agora, no entanto, a emissora está envolvida em meio a uma grande polêmica depois que um correspondente fez uma chamada improvisada para fornecer ajuda não especificada a soldados russos. Desde então, o jornalista foi demitido, a mídia letã revogou a licença de transmissão e a agência de segurança nacional abriu uma investigação contra a TV Rain sob suspeita de ajudar um Estado sancionado. 

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A situação expõe exilados políticos russos estão lutando para encontrar um papel no conflito desencadeado por sua nação, particularmente em países do Leste Europeu, como a Letônia, que já foram controlados por Moscou. Neles, o apoio à Ucrânia é parcialmente impulsionado pelo medo da agressão russa e pela suspeita de suas próprias minorias étnicas russas, e se desenrola em um cenário histórico de dificuldades sofridas sob a União Sovié.

“A equipe deixou a Rússia para continuar mostrando a realidade da guerra russa ao povo russo. Mas ficamos sem território. Não temos direitos na Rússia e não temos direitos na Europa”, disse a co-fundadora da TV Rain com sede em Londres, Vera Krichevskaya, ao jornal americano The New York Times

A polêmica teve início na madrugada da última quinta-feira 1, quando o correspondente Aleksey Korostelev pediu aos telespectadores que enviassem informações sobre soldados russos recrutados para uma linha de denúncia que a emissora havia estabelecido para expor as irregularidades da mobilização parcial. 

“Esperamos ter ajudado muitos militares, entre outros, com equipamentos ou apenas amenidades elementares na frente de batalha”, disse Korostelev.

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Nesta terça, o governo da Letônia, que já mantinha uma relação tensa com os jornalistas russos exilados, anunciou que estava revogando a licença de transmissão da TV Rain por causa de “ameaças à segurança nacional” que não foram especificadas. Antes disso, as autoridades do país já haviam multado a emissora em cerca de 10.000 euros (R$ 55.000) por ter usado um mapa que mostrava a como parte da Rússia e por ter se referido aos militares do país como “nosso exército”.

O ministro da Defesa da Letônia foi além e chegou a pedir que os jornalistas fossem expulsos do país, enquanto apoiadores do Kremlin chamaram a reação de um exemplo da hipocrisia europeia. 

Mesmo tendo sido demitido e pedido desculpas publicamente, há um temor de que a emissora possa não conseguir mais se manter em território letão. Atualmente, a TV Rain tem 3,7 milhões de assinantes em seu canal no YouTube e cerca de 18 a 22 milhões de pessoas o assistem mensalmente, além de um canal de televisão a cabo em cinco países com grandes populações de língua russa. 

A punição desta terça removeu o acesso a esse canal e provavelmente a conta do YouTube também será banida, mas a emissora continuará com a sua programação normal nos outros países até conseguir uma nova licença. 

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O tópico que fez com que os índices de da TV Rain disparasse foi a mobilização parcial anunciada pelo presidente Vladimir Putin em setembro. Preenchendo a lacuna deixada pela mídia estatal, os russos começaram a procurar o canal independente para ter informações sobre , uma vez que eram denunciadas as condições de treinamento e a maneira como eram feitos os recrutamentos. 

Segundo Korostelev, foi esse o motivo de sua ação: ajudar os recrutas russos a conseguir informações que pudessem responsabilizar o Kremlin pelas ilegalidades cometidas durante a mobilização. 

“Os ucranianos são, sem dúvida, as primeiras e principais vítimas desta guerra, mas o sofrimento dos russos também é importante. Se eles estão morrendo nesta guerra, então eles também são suas vítimas”, disse o jornalista ao The New York Times, reiterando que irá continuar trabalhando para defender os interesses do cidadão russo comum, e não de terceiros. 

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Fonte: Veja

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