A União Europeia aprovou nesta sexta-feira, 2, uma medida para estabelecer um preço máximo de US$ 60 (R$ 315,00) por barril de petróleo russo, de acordo com o embaixador da Polônia no bloco. A política elaborada pelo G7 tem como objetivo limitar a receita da Rússia, para minar o financiamento da guerra contra a Ucrânia, e evitar um choque global do produto.
Em Bruxelas, as negociações para se chegar a um acordo final foram controversas e duraram mais de uma semana. Como o embargo do bloco à grande maioria das importações de petróleo russo entra em vigor em 5 de dezembro, o preço definido será aplicado a compradores de fora da região.
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O limite deve gerar descontos no petróleo do país em comparação com alternativas de outras partes do mundo. O novo valor é um pouco menor do que pagam atualmente os grandes parceiros do Kremlin, como Índia e China, mas não se aplicaria se os compradores enviassem as cargas por meio de empresas de países fora do bloco europeu.
No entanto, a medida dificilmente causará um rombo significativo nas receitas do petróleo da Rússia, que são essenciais para manter ativa a guerra na Ucrânia.
Além da política de teto sobre o preço do barril, diplomatas da União Europeia também concordaram em lançar uma nova rodada de sanções contra os russos neste fim de semana, visando a economia do país e indivíduos relevantes para o governo. A promessa foi fundamental para a aprovação do novo valor do petróleo, já que vários países pró-Ucrânia mais linha dura, como a Polônia, não acham que a medida é suficiente.
Legisladores poloneses também negociaram com sucesso uma revisão regular desses valores, de modo a garantir que esteja sempre alinhado com o mercado, com a primeira correção marcada para 15 de janeiro. Como o preço do produto costuma não ser claro, o comitê irá se basear na Agência Internacional de Energia para fazer os cálculos.
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Sob o novo sistema, clientes poderão continuar comprando petróleo da Rússia, desde que paguem menos do que o preço máximo acordado. O plano coloca o ônus de impor e policiar o teto de preços sobre as empresas que ajudam a vender o petróleo, como companhias de navegação e seguros globais, que são sediadas principalmente na Europa.
Caberá então às empresas marítimas europeias garantir que o petróleo transportado para fora do continente atenda às condições estabelecidas pelo bloco. Caso contrário, elas poderão ser responsabilizadas legalmente por violar as sanções.
Em resposta, o Kremlin disse repetidas vezes que irá se recusar a vender o petróleo sob o sistema de preço máximo. No entanto, cerca de 55% das petroleiras que transportam o produto para fora do território russo são gregas e as principais seguradoras estão alocadas no Reino Unido e na União Europeia.
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Empresas em outras partes do mundo até oferecem serviços semelhantes, e a Rússia os utiliza, mas realocar todas as suas exportações para fornecedores alternativos provavelmente seria mais caro e menos seguro para os compradores.
Fonte: Veja