A Defensoria Pública realizou a primeira reunião ampliada para discutir e, posteriormente, cobrar do poder público a implantação de um ambulatório transgênero em Cuiabá, que seria o primeiro de Mato Grosso, no dia 17, à tarde, com a participação de 21 representantes do Governo do Estado, Prefeitura Municipal e movimentos de defesa dos direitos da comunidade LGBTQIAP+.
“Vamos tentar uma agenda com o governador Mauro Mendes para levar essa demanda. Caso não tenhamos êxito, vamos ajuizar uma ação civil pública para implantar o ambulatório”, explicou a defensora Rosana Leite.
A reunião, que contou com a presença de entidades civis e governamentais que atual em prol do segmento LGBTQIAP+, ocorreu na sala do Conselho Superior da DPMT, no edifício American Business Center, localizado na av. Historiador Rubens de Mendonça (av. do CPA).
“O intuito é a garantia de direitos e políticas públicas, tendo em vista a invisibilidade que permeia essa população. O ambulatório transgênero é uma demanda antiga dos trans aqui em Mato Grosso. Apenas cinco estados não possuem o atendimento, e um deles é Mato Grosso. A Defensoria Pública possui imensa preocupação com o segmento, em razão da vulnerabilidade”, destacou Rosana.
Em março do ano passado, o Instituto Brasileiro de Transmasculinidades (Ibrat-MT) criou um abaixo-assinado, requisitando a retomada da criação do ambulatório trans em Cuiabá, cujo projeto estava previsto para ser implementado no Hospital Júlio Muller, em 2020, mas até hoje não saiu do papel.
“Fiquei muito contente com a participação da comunidade LGBTQIA+. Foi uma reunião muito produtiva. Saímos com o encaminhamento do ajuizamento de uma ação civil pública. É um grande avanço para a comunidade, principalmente para a comunidade que mais necessita do ambulatório trans”, afirmou o jornalista Clóvis Arantes, presidente da Associação da Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Mato Grosso, um dos precursores do movimento LGBT no estado.
A agenda faz parte das ações do Núcleo de Direitos Difusos e Coletivos da Defensoria Pública de Mato Grosso, cujas atribuições foram ampliadas recentemente e, desde novembro, é coordenado pelas defensoras Rosana Leite e Olzanir Figueiredo Carrijo, com a participação da defensora Tânia Matos.
“Em relação ao ambulatório, o vereador presente, Sargento Vidal, colocou como possibilidade que este serviço seja iniciado na UPA Leblon, que está para ser inaugurado. Sendo assim, é necessária uma capacitação com os profissionais de saúde que atenderiam as demandas de transexualidade”, pontuou Thayssa Ferraz da Gama, coordenadora psicossocial da Secretaria da Mulher de Cuiabá.
Na ocasião, também foram alinhadas metas de curto, médio e longo prazo, que serão encaminhadas à Secretaria Municipal de Saúde, assim como a organização e a listagem de hormônios para tratamentos necessários à população trans.
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Fonte: unicanews