A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta segunda-feira (22) que a principal responsável pelo crescimento da dívida pública brasileira é a taxa básica de juros, a Selic, e não o aumento das despesas do governo. Atualmente, os juros estão fixados em 15% ao ano, o maior nível desde 2006.
Segundo a ministra, o patamar elevado dos juros consome recursos do Orçamento que poderiam ser destinados a investimentos, além de comprometer a execução de serviços públicos e programas sociais voltados ao desenvolvimento do país.
Gleisi também criticou análises que atribuem o aumento da dívida a um crescimento real das despesas públicas, argumentando que esses dados desconsideram o impacto dos juros, que seguem bem acima da inflação.
Na última sexta-feira (19), o Congresso Nacional aprovou o Projeto de Lei Orçamentária de 2026, que prevê despesas totais de R$ 6,5 trilhões. Do montante destinado aos orçamentos fiscal e da seguridade social, cerca de 28% serão usados exclusivamente para o pagamento de juros da dívida pública, o equivalente a R$ 1,82 trilhão.
As declarações ocorrem após o Comitê de Política Monetária manter, pela quarta reunião consecutiva, a Selic em 15% ao ano.
De acordo com o boletim Focus do Banco Central, divulgado nesta semana, o mercado financeiro projeta redução gradual da taxa básica, que pode chegar a 12,25% ao ano no fim de 2026. Para 2027 e 2028, as estimativas indicam novas quedas, para 10,5% e 9,75%, respectivamente.
As projeções para a inflação também foram revisadas para baixo. A expectativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo neste ano caiu para 4,33%, marcando a sexta semana consecutiva de redução e mantendo o indicador dentro do intervalo da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional.
A meta oficial de inflação é de 3%, com margem de tolerância entre 1,5% e 4,5%.
Em novembro, a inflação oficial ficou em 0,18%, acumulando alta de 4,46% em 12 meses, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Apesar da desaceleração dos preços, o Banco Central optou por manter os juros elevados, alegando incertezas no cenário econômico e a necessidade de cautela na condução da política monetária.
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Fonte: cenariomt






