Família é conceituada como “o conjunto de parentes de uma pessoa, o alicerce de nossas vidas”. As pessoas que constituem uma família são importantes para a formação da personalidade de cada membro que naquele meio nasce e ali se desenvolve. Petzold reporta-se à família como “um grupo social especial, caracterizado por intimidade e por relações intergeracionais”.
Alguns dizem que família é tudo igual, só muda o endereço; outros dizem que família é um mal necessário; muitos dão graças a Deus por ter uma família. Se é um mal ou se é um bem, ela existe desde sempre e, provavelmente, sempre existirá.
O mais comum é que nós nos desenvolvamos no seio familiar em que nascemos, seguimos junto aos parentes, até o momento em que constituímos uma nova família ao casar e conceber nossos próprios filhos. O que não é comum, mas também não tão raro, que cresçamos fora do berço familiar em que nascemos, quando muitos de nós se desenvolvem em orfanatos, às vezes até a maioridade.
Outro fato que se nota em família é o comportamento dos pais, algumas vezes com repetidos castigos impostos aos filhos ou, o contrário, total permissibilidade às ações certas ou erradas dos filhos.
Todos esses vieses nos comportamentos parentais vão montar uma história, que vai moldar a conduta dos filhos em relação às festividades natalinas.
Por isso se diz que há uma simbologia afetiva no Natal, que envolve a família atual, que resgata a relação familiar infantil e sua carga emocional boa ou ruim, leve ou pesada, tornando o Natal, um momento culturalmente alegre, com reminiscências pretéritas esfuziantes, ou uma tristeza dolorosa que dá lugar ao retraimento e à angústia trazida pela revivência desconfortável do passado.
De qualquer forma, Natal é festa, época de reflexão, de perdão e pazes feitas por parentes e amigos. Por isso, costuma-se dizer que o Natal não é apenas comemoração, é antes um momento mágico. Infelizmente, como envolve família, há intimidade, e quando há intimidade, há tapas e beijos, coisas boas e ruins vêm à tona de nossos sentimentos, os conflitos são comuns, mas, afortunadamente, as reconciliações são mais frequentes.
Usualmente as festas familiares se repetem enquanto, pelo menos, um dos progenitores ainda vive. Depois disso, a tradição costuma desmontar-se e cada membro segue seu rumo, transferindo as festas para seus próprios núcleos familiares. Ainda assim, as lembranças das antigas comemorações na companhia dos pais e irmãos costumam ser nostálgicas, carregando um saudosismo sofrido, principalmente para pessoas solitárias que tiveram, no passado, a experiência de natais em família, experienciados como prazerosos.
A opção de cada um, entre passar ou não o Natal em família, depende muito das relações familiares atuais e passadas, corroboradas pelas necessidades emocionais de cada pessoa. É claro que hoje os vínculos afetivos familiares são mais flexíveis do que no passado, daí o grande número de viagens de grupos menores de familiares, ou até mesmo de grupos de amigos, exatamente nessa época do ano, desvinculando membros de uma família da obrigatoriedade da reunião natalina.
É claro que, com o aglomerado familiar, conflitos históricos podem reaparecer, principalmente quando as relações já são fragilizadas. Mas, por outro lado, a confraternização do Natal carrega nas reminiscências históricas o reforço dos laços afetivos e os transmite às novas gerações.
O certo é que o ideal natalino está condicionado ao histórico de cada indivíduo. O perdão, as pazes e o recomeço têm grande importância para a saúde mental, uma vez que a família se constitui na principal rede de apoio do ser humano. Privilegiar a relação familiar é uma forma de fortalecimento da saúde mental, portanto quando se fala em família, apesar dos prós e contras, melhor com ela.
Fonte: primeirapagina
