Chegar aos 70 anos não significa perda de vitalidade, e sim o início de uma etapa marcada por profundidade, consciência e sabedoria acumulada.
De acordo com Walter Riso, psicólogo clínico, escritor e professor, essa fase traz transformações importantes que afetam o corpo, as emoções, a espiritualidade e a forma de enxergar a vida.
Compreendê-las ajuda a viver esse período com mais leveza, autonomia e plenitude.
A seguir, um panorama claro e realista sobre cada uma dessas mudanças e sobre como aproveitá-las para continuar crescendo.
Com o avançar da idade, o organismo já não responde como antes. A energia diminui, a recuperação fica mais lenta e pequenos desconfortos tornam-se mais frequentes.
Ouvir o corpo, respeitar seus limites e ajustar o ritmo de vida torna-se essencial para preservar a saúde e o bem-estar.
Depois dos 70, a perspectiva muda. Atividades, compromissos e relações são escolhidos com mais critério.
O tempo deixa de ser desperdiçado com urgências artificiais e a agenda se simplifica. Diz-se “não” com mais naturalidade, privilegiando aquilo que nutre o emocional, o mental e o espiritual.
A vida impõe despedidas inevitáveis: pessoas queridas partem, capacidades mudam e projetos ficam no passado.
Ainda assim, essa fase permite encarar a ausência com gratidão e maturidade, reconhecendo que também somos formados pelas histórias e afetos que vivemos.
Aos 70, diminuem a pressão social e a necessidade de agradar. A autenticidade ganha espaço e a opinião é expressa com mais segurança, sem medo de julgamentos.
O tempo pessoal torna-se valioso e a liberdade interior se fortalece como nunca.
A lembrança deixa de guardar tudo. Alguns episódios se apagam, enquanto outros se iluminam com maior intensidade.
Essa seleção espontânea favorece o foco no que realmente importa e abre espaço para curar feridas, perdoar e preservar o que faz bem.
A maturidade estimula a reflexão sobre propósito, sentido da vida e reconciliação com o passado.
Independentemente de crenças religiosas, cresce a busca por paz interior, lucidez e preparação serena para o futuro.
Relacionamentos superficiais perdem força. Valorizam-se as conexões verdadeiras — família, amigos íntimos e pessoas que oferecem presença sincera.
Cuidar desses laços torna-se tão importante quanto cuidar do corpo.
Pequenos gestos e momentos simples ganham profundidade: um café, uma conversa, uma caminhada ou uma lembrança antiga passam a ser apreciados com mais consciência.
A gratidão deixa de ser um exercício e se transforma em uma postura cotidiana, que amplia a sensação de plenitude.
Os 70 anos não simbolizam um encerramento, mas a abertura de uma fase de calma, autenticidade e sabedoria emocional.
Aceitar essas mudanças é honrar a trajetória percorrida e reconhecer que ainda há muito a ser vivido — agora com profundidade, equilíbrio e gratidão.
Fonte: curapelanatureza






