A partir de 20 de dezembro, Bonito, no Mato Grosso do Sul, passará a cobrar uma Taxa de Conservação Ambiental (TCA), que será utilizada para financiar as ações que sustentam o modelo de ecoturismo da cidade. O mecanismo segue práticas já consolidadas em outros destinos brasileiros, e busca garantir recursos constantes para preservação, manejo ambiental e infraestrutura ligada à visitação.
Como a taxa funciona?
O pagamento é feito exclusivamente pelo portal divulgado pela prefeitura. Lá, o visitante informa os dados dos integrantes do grupo, registra o período da viagem, gera o valor total e conclui o pagamento online. Os vouchers são emitidos após validação da agência responsável.
O valor pago inclui um seguro obrigatório válido por toda a permanência na cidade, com cobertura para morte acidental, invalidez permanente e auxílio funeral. Em caso de acidentes em atrativos licenciados, o acompanhante pode solicitar reembolso de hospedagem, dentro dos limites estabelecidos. Há ainda atendimento pré-hospitalar com equipe médica e ambulância em operação diária, além de transporte imediato até o hospital local.
Segundo a administração municipal, os recursos arrecadados serão aplicados em ações ambientais consideradas essenciais: ampliação da coleta seletiva; reflorestamento; monitoramento de rios, nascentes e cavernas; recuperação de áreas degradadas; programas de educação ambiental e reforço à fiscalização da visitação.
A prefeitura destaca que a medida aproxima Bonito de outros destinos que já adotam cobranças semelhantes, como Fernando de Noronha, Jericoacoara, Bombinhas e Ilhabela, onde o financiamento ambiental depende de mecanismos parecidos. Você pode conferir tudo sobre a taxa na nota divulgada pela administração da cidade.
Bonito: referência do ecoturismo brasileiro
Bonito é conhecido pela água cristalina, cavernas profundas, trilhas cercadas de mata e pela forma como transformou a conservação em base do turismo local. A estrutura para receber visitantes combina agências credenciadas, atrativos licenciados e regras rígidas de visitação.
A confirmação da TCA gerou forte reação do setor turístico local. Empresários, guias e representantes de agências compareceram à uma sessão da Câmara Municipal nesta segunda-feira (24), para pressionar por uma revisão da medida. As críticas se concentram em dois pontos: a falta de participação do setor nas discussões e o impacto para quem comprou passeios antes da divulgação da taxa.
O setor também afirma que não houve uma audiência recente que reunisse o Conselho Municipal de Turismo e representantes das agências para tratar da implantação da taxa. Durante a sessão, o vereador André Luiz Ocampos Xavier anunciou que pretende apresentar um projeto para revogar a cobrança ainda nesta semana, posição que recebeu apoio do público presente.
No entanto, o prefeito Josmail Rodrigues confirmou que a TCA será implantada na data prevista e afirmou que não pretende abrir novo processo de debate ou audiência pública. Segundo ele, o tema já teria sido discutido em anos anteriores, durante a tramitação da lei que instituiu a taxa.
Apesar da pressão, o município mantém a implantação da taxa para 20 de dezembro, reforçando que os recursos serão destinados à preservação ambiental e à manutenção da infraestrutura que sustenta a visitação.
Fonte: viagemeturismo






