Vira fertilizante. O fruto do café tem cinco partes: casca, polpa, mucilagem (uma camada pegajosa, rica em açúcar), película prateada (uma casquinha fina que envolve o grão) e o grão em si, que resulta no pó do mercado após ser torrado e moído.
Quem já chupou um fruto de café direto do pé (recomendamos, inclusive) sabe que a polpa madura é docinha. Ela tem entre um e dois milímetros de espessura e funciona como uma camada de proteção do grão. Após a colheita, o fruto segue para o despolpador. Essa máquina possui um cilindro que espreme o fruto, separando a polpa do grão.
Rica em potássio, a polpa geralmente é usada para compostagem. Ela é misturada com esterco de boi ou de porco, tornando-se um fertilizante orgânico e nutritivo para a própria lavoura de café.
“A gente põe uma camada de polpa seca, seguida por uma camada de esterco, seguida por outra de polpa, e assim por diante”, diz Lucas Franco, diretor das fazendas Sertãozinho dos cafés Orfeu. “O ideal é pegar a camada de baixo e jogar por cima uma vez por semana. Depois de seis ou oito meses, essa polpa se decompõe, virando um pó”. Daí, o fertilizante segue para a lavoura.
Por ter um sabor semelhante ao do café, alguns produtores pequenos torram e misturam a polpa com os grãos. O resultado é uma bebida mais escura e amarga, com menor teor de cafeína. Isso ocorre, por exemplo, em épocas em que o café está muito caro.
A polpa seca, chamada cascara, também pode ser usada para fazer chá. A bebida lembra um chá de hibisco, com notas doces, florais e um pouquinho de cafeína. Algumas marcas pequenas já se aventuraram a fazer refrigerante de cascara.
Pergunta de Dalton, de São Bernardo do Campo (SP)
Fonte: abril






