O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dário Durigan, admitiu que os Correios vivem um cenário financeiro grave, com “problemas estruturais”. A avaliação ocorreu durante uma entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira (24).
“A empresa de fato tem problemas graves, problemas estruturais que devem ser endereçados nesse plano de reestruturação, e isso possivelmente pode trazer um impacto fiscal ainda maior para 2026”, afirmou Durigan.
Em outro ponto, o secretário classificou o cenário da estatal como “muito ruim”, e disse que isso tem “incomodado”. Ele ainda alegou que abordou o presidente da estatal, Emmanuel Rondon, cobrando “um bom plano de reestruturação”.
A oposição no Congresso tem criticado a alternativa proposta de um empréstimo de R$ 20 bilhões para socorrer as contas da empresa. A operação contaria com garantia da União. De acordo com Durigan, a alternativa ainda está na mesa: “O que não está na mesa é um aporte direto”, completou.
Durigan aponta para Correios como puxador do Orçamento negativo
Sobre o cenário geral, o secretário avalia que “o caso dos Correios é a bola da vez”, sem outras estatais na mesma situação. Os números já apontam para déficit de R$ 18,5 bilhões em todas as estatais (excluindo Petrobras e bancos públicos) desde o início do governo Lula (PT). O ciclo de déficit iniciou junto com o mandato do atual presidente, em 2023, rompendo um ciclo de superávits que vinha desde 2017.
Mesmo com os números em crise, o governo reduziu de R$ 12,1 bilhões para R$ 7,7 bilhões a contenção de despesas no Orçamento de 2025. De acordo com o Ministério do Planejamento e Orçamento, chefiado por Simone Tebet, houve aumento nas despesas obrigatórias, o que levou o governo a cancelar bloqueios. Durigan diz que, com isso, o orçamento como um tudo fica prejudicado, com “resultado negativo, para além, mais negativo do que se previa, uma meta de R$ 6,2 bilhões negativo, resultado de R$ 9,2 bilhões negativo das estatais, muito por conta dos Correios.”
Com tudo isso, o próprio governo aumentou a previsão de rombo nas estatais. Se antes o déficit previsto era de R$ 5,5 bilhões, agora a equipe econômica fala em R$ 9,2 bilhões.
Fonte: gazetadopovo






