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Protestos e Eleições Sinalizam Mudança Global para a Direita: O Mundo está se Cansando das Pautas da Esquerda?

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Estaria o mundo se cansando das propostas progressistas? Da Europa às Américas, diferentes temas – como insegurança, desgaste econômico, preocupação com imigração descontrolada e descrédito nos partidos tradicionais – têm impulsionado um ambiente favorável a respostas mais conservadoras.

Nos últimos meses, diversas cidades da Europa registraram tensões ligadas à imigração e críticas a governos geralmente identificados com a centro-esquerda e esquerda progressista. Em Londres, mais de 100 mil pessoas participaram de um protesto em setembro contra a imigração ilegal, segundo a imprensa local. Atos semelhantes ocorreram em outras regiões do Reino Unido, comandado neste momento pelo Partido Trabalhista – de esquerda – e da Europa, reunindo milhares de manifestantes contrários ao aumento da pressão migratória.

Na Holanda, multidões também foram às ruas em diversas cidades para cobrar mudanças nas políticas migratórias. Na Alemanha, Austrália e Japão, mobilizações semelhantes se repetiram.

América Latina desperta

Se na Europa a pauta dominante é a imigração descontrolada, na América Latina o despertar político ocorre pela insegurança e pelo desgaste de governos de esquerda diante do avanço do crime organizado.

No México, manifestações recentes mostram que o país pode estar atravessando um ponto de saturação. Na semana passada, cerca de 17 mil jovens e adultos tomaram as ruas da Cidade do México para protestar contra a violência, a corrupção e a incapacidade do governo socialista de Claudia Sheinbaum de conter o poder dos cartéis. Houve confrontos, 120 feridos, 19 detidos e pedidos abertos pela renúncia da presidente de esquerda. A morte do prefeito Carlos Manzo, o “Bukele do México”, foi um dos principais gatilhos da mobilização.

As cenas de tensões e barricadas quebradas sinalizam um país que já não acredita mais nas promessas de segurança da esquerda e pressiona por medidas mais duras – movimento que pode acabar fortalecendo partidos de centro-direita, direita e figuras alinhadas à pauta de ordem.

Ao sul, países como Bolívia, Chile, Argentina e Equador já vivem uma guinada à direita. Na Bolívia, dois candidatos de direita disputaram o segundo turno presidencial, que culminou na vitória de Rodrigo Paz, de centro-direita, eleito com 55% dos votos. Paz já assumiu a Presidência denunciando a má gestão econômica herdada dos governos socialistas do MAS.

Na Argentina, Javier Milei consolidou sua força política com uma vitória expressiva nas eleições legislativas. Seu partido, La Libertad Avanza, obteve 40,6% dos votos, venceu em 15 das 24 províncias e conquistou 64 cadeiras na Câmara dos Deputados, igualando o melhor resultado legislativo de um governo desde 1983.

O Chile também vive uma guinada. Candidatos de direita somaram mais de 50% dos votos no primeiro turno da disputa presidencial. José Antonio Kast desponta agora como favorito para vencer o segundo turno, apoiado por praticamente todos os demais partidos de direita que, juntos, já ultrapassam a maioria do eleitorado. A comunista Jeannette Jara aparece atrás nas projeções divulgadas pela imprensa chilena. Além do Executivo, os chilenos também aumentaram o número de representantes da direita no Parlamento.

No Equador, embora não haja eleições nacionais no momento, o governo de Daniel Noboa – de centro-direita – tem adotado políticas mais duras na área de segurança e fortalecido a cooperação com os Estados Unidos em inteligência e combate ao narcotráfico, reforçando a tendência regional de endurecimento.

No Paraguai, o governo de Santiago Peña, de direita, adotou uma política de segurança mais rígida, ampliou cooperação com os Estados Unidos e intensificou operações contra o crime organizado na fronteira com o Brasil.

Direita se consolidando nos EUA?

Nos Estados Unidos, o cenário também indica um desgaste das pautas progressistas. Pesquisa recente do Washington Post e do instituto Ipsos mostrou que os republicanos são considerados mais preparados para lidar com crime, imigração e economia – exatamente os três temas que mais preocupam os americanos.

Segundo o levantamento, 44% dos entrevistados confiam mais no Partido Republicano para enfrentar a criminalidade, contra 22% que preferem a abordagem democrata. Sobre imigração, 42% favorecem a agenda conservadora, enquanto 29% apoiam os democratas. Na economia, a vantagem republicana se mantém, impulsionada sobretudo pelo voto de independentes.

O cenário ocorre enquanto o governo do presidente Donald Trump intensifica ações federais de segurança e migração. Em Washington, a prefeita democrata Muriel Bowser afirmou que os crimes violentos caíram 45% nas primeiras semanas após Trump enviar a Guarda Nacional para “libertar” a capital americana do crime.

Fenômeno global

Para James Jay Carafano, especialista em segurança nacional, a ascensão da direita em diversos países reflete uma saturação global com políticas progressistas que, segundo ele, “deixaram de oferecer respostas práticas para problemas reais”. Em sua análise publicada no site 19FortyFive, movimentos de direita têm crescido porque colocam no centro questões ligadas à segurança, economia, soberania e proteção de fronteiras – tópicos que, na percepção de parcela do eleitorado, foram negligenciados por governos de esquerda que estavam ou estão no poder.

Carafano aponta ainda que a combinação de frustração com o aumento da criminalidade, rejeição a políticas migratórias permissivas e desgaste das agendas progressistas ambientais e culturais está produzindo um movimento conservador global mais coeso do que em ciclos anteriores.

“O ressurgimento de uma visão de mundo conservadora surgiu porque ela está entregando a promessa de uma alternativa credível para uma vida melhor”, escreveu. “O consenso progressista está se apagando, como um celular que cai para 1% de bateria”, acrescenta.

Fonte: gazetadopovo

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