Nos anos 60, Hollywood atravessa um período complicado. Os estúdios preferem apostar em produções grandiosas, frequentemente muito caras, com elencos impressionantes para seduzir os espectadores.
Eastwood, então ator, se vê embarcado em vários desses projetos ambiciosos mas pesados de gerenciar: (1969), e (1970). Essas filmagens se seguem quase sem descanso, e é nesse momento preciso que ele decide que nunca mais quer reviver tal experiência. Mas o que foi tão terrível?
Uma produção infernal
O principal culpado se chama Os Aventureiros de Ouro. Este faroeste musical, adaptação de uma comédia da Broadway, estourou seu orçamento em mais de 20 milhões de dólares (o que equivaleria hoje a mais de 170 milhões). A filmagem, que se estendeu por mais de 6 meses, foi um verdadeiro pesadelo. Uma cidade inteira foi construída em Oregon para a ocasião, uma obra que durou 7 meses e custou uma fortuna.
O elenco não ajuda em nada: Clint Eastwood, e não são realmente cantores, e o diretor está constantemente na corda bamba, arriscando a cada instante ser demitido pelos produtores. A filmagem é dividida entre o Oregon e estúdios em Los Angeles, e as dificuldades se acumulam. Por exemplo, pinheiros são importados especialmente de Hollywood até o Oregon, um detalhe absurdo e custoso. Mais de 700 pessoas devem fazer diariamente uma hora e meia de estrada para chegar ao set. Resumindo, nada funciona.
The Malpaso Company / Paramount Pictures
No plano pessoal, Clint Eastwood vive uma história complicada com Jean Seberg, que terminou mal – especialmente para a atriz devastada. Ele aprendeu a pilotar um helicóptero no set, mas no filme em si, foi um desastre: as músicas de Seberg foram dubladas na pós-produção, Lee Marvin passou o tempo bêbado, forçando inúmeras tomadas. O diretor acabou exausto, e sua versão foi rejeitada em favor da versão dos produtores e, posteriormente, da versão da Paramount Studios. Segundo Eastwood, nenhuma versão fez justiça ao filme.
O resultado é claro
Os Aventureiros de Ouro é um fracasso comercial estrondoso, e as anedotas sobre seus bastidores mancham a reputação de Logan, que nunca mais dirigiu um longa-metragem. Para Eastwood, essa experiência é uma verdadeira lição. Ele decidiu que, no futuro, assumiria o controle de seus projetos pessoalmente, a fim de manter o controle sobre o processo criativo e evitar tais decepções.
Alguns meses depois, no outono de 1970, ele estreou na direção com , seguido de . E como sabemos, o resto é história do cinema.
Fonte: adorocinema
