Cenário Agro

Mato Grosso: Atraso recorde no plantio e vendas de soja atinge níveis críticos – veja a situação atual em 5 anos

Grupo do Whatsapp Cuiabá
2025 word1

A irregularidade das chuvas atrasou o plantio da soja em até 60 dias em alguns municípios de Mato Grosso, como Canarana e Diamantino, elevando a apreensão dos produtores quanto à produtividade. Áreas que deveriam estar concluídas no fim de outubro ainda aguardam umidade para entrar na terra.

Em Canarana, o presidente do Sindicato Rural, Lino Costa, explica que muitas propriedades ainda não encerraram a semeadura. Ele lembra que outubro já deveria marcar o fim dos trabalhos, mas a chuva falhou em diversas regiões. O receio, segundo ele, é que cada dia perdido reduza o potencial produtivo, já que “não é a mesma produtividade de você plantar em uma janela bem ideal do plantio da soja”.

Diamantino enfrenta cenário semelhante. O presidente do Sindicato Rural, Altemar Kroling, relata ao Patrulheiro Agro que o município acumula quase dois meses desde o início da semeadura sem conseguir finalizar todas as áreas. Conforme ele, o atraso é evidente e parte dos agricultores já considera replantios. “Um ano bem atípico”, resume.

Apesar do ritmo lento, Diamantino já cultivou 98% dos 400 mil hectares previstos para a safra 2025/2026, mas boa parte foi implantada fora da janela ideal.

(function(w,q){w[q]=w[q]||[];w[q].push([“_mgc.load”])})(window,”_mgq”);

plantio soja falta de chuva foto pedro silvestre canal rural mato grosso
Foto: Pedro Silvestre/Dia De Ajudar Mato Grosso

Mercado travado e incerteza nas vendas

A instabilidade climática também afeta o ritmo de comercialização. Os preços travados e os custos elevados também têm levado os produtores a segurar as negociações, o que mantém o mercado ainda mais lento neste início de safra.

Kroling confirma a cautela. Ele conta à reportagem do Dia de Ajudar Mato Grosso que o produtor esperava melhores condições para “travar” parte da produção e agora observa a safra americana para retomar as vendas. A aposta é em uma possível alta, já que, de acordo com ele, se o preço da saca, hoje na média de US$ 20 na região, subisse para US$ 23 “mudaria bem o cenário em cima do custo de produção”.

O Sindicato Rural de Diamantino estima que entre 35% e 40% da produção futura foi comercializada — o pior nível dos últimos cinco anos.

Cautela domina decisões de venda

Em Canarana, Lino Costa reforça que o produtor tenta equilibrar riscos antes de negociar. Parte da estratégia é não comprometer toda a safra antecipadamente, preservando volume caso haja perda por questões climáticas. Ele observa que alguns agricultores já iniciaram trocas e vendas.

Em Água Boa, o presidente do Sindicato Rural, Geraldo Antônio Delai, diz que o mercado opera em um dos momentos mais pressionados dos últimos anos. Para ele, o produtor evita precipitar decisões porque “nós estamos no fundo do poço dos preços da soja, e ela não tem reagido assim substancialmente para que estimulem o produtor a vender”. Ele pondera, entretanto, que esperar até a colheita pode ser arriscado e acredita, olhando o histórico da oferta, que preços melhores podem surgir adiante.

Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) reforçam essa lentidão. A safra 2024/25 alcançou 97,12% de comercialização, enquanto a safra 2025/26 registra apenas 36,08% vendida — mais de sete pontos abaixo da média dos últimos cinco anos.

+Confira todos os episódios da série Patrulheiro Agro

Clique aqui, entre em nosso canal no WhatsApp do Dia de Ajudar Mato Grosso e receba notícias em tempo real.

Fonte: canalrural

Sobre o autor

Avatar de Redação

Redação

Estamos empenhados em estabelecer uma comunidade ativa e solidária que possa impulsionar mudanças positivas na sociedade.