Cinema

Experiência de Filmagem em ‘O Senhor dos Anéis’: Como Sobrevivemos ao Desafio do Abismo de Helm

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Se nos apresentou a jornada, foi o momento em que a aventura se transformou em guerra. A segunda parte de O Senhor dos Anéis não foi apenas mais um passo na trilogia. Para e sua equipe representou um desafio absoluto, já que encontraram muitas dificuldades no processo, sendo a batalha no Abismo de Helm o ponto alto desta produção complexa.

Tolkien concebeu O Senhor dos Anéis como um único volume, uma história monumental que deveria ser lida como um todo. O problema era que seria tão enorme e caro de imprimir que seria inacessível para a maioria dos leitores. Por isso foi dividido em três partes, algo que nunca convenceu Tolkien. E claro, havia que dar um nome para cada tomo: A Sociedade do Anel lhe soava bem, porque efetivamente é quando se forma a sociedade, mas por exemplo O Retorno do Rei era um título que detestava, porque sentia que fazia todo o spoiler da história, teria preferido chamá-lo A Guerra do Anel, mas os editores o desaconselharam.

E com As Duas Torres é algo curioso porque Tolkien jamais esclareceu a que duas torres se referia. Quando Peter Jackson e sua equipe se enfrentaram com esse dilema, tinham que tomar uma decisão clara para o espectador. No filme, as Duas Torres ficaram definidas como Orthanc, a fortaleza de Saruman em Isengard, e Barad-dûr, a torre sombria de Sauron em Mordor. Essa escolha simplificava o conflito e o tornava muito mais visual: dois inimigos, duas fortalezas, duas frentes de uma mesma guerra.

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Encontrando o Gollum perfeito

Na segunda história de O Senhor dos Anéis há um personagem crucial: Gollum. Sua aparição era fundamental para os fãs e se não conseguissem que funcionasse não só estragariam a segunda parte, como também a terceira. Fizeram mais de 200 desenhos, uma centena de esculturas e testes digitais até encontrar a forma adequada: um corpo fibroso, ossudo, quase faminto. Para sua musculatura, por exemplo, se inspiraram em Iggy Pop, buscando essa magreza fibrosa. Mesmo assim, a grande descoberta não foi visual, mas humana. chegou ao casting apenas para dar voz, mas assim que viram a expressão facial que usava para conseguir fazer a voz, ficou claro que não podiam separar a voz da interpretação física.

O problema era que já haviam criado o personagem, então adaptar os gestos de Serkis ia significar mais trabalho. A equipe pensou que valia a pena e aos dois anos que já levavam de preparação adicionaram dois meses para que tudo se encaixasse. Todos – tanto eles quanto o público – concordam que foi a decisão mais acertada. O resultado foi histórico: pela primeira vez o cinema mostrou um personagem digital com uma interpretação humana plenamente reconhecível. Não era um efeito especial, era um ser com alma.

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O Abismo de Helm: a dor de cabeça de Jackson

Outra complexidade do roteiro era adaptar a estrutura do livro, que dedicava uma metade a Frodo e Sam e a outra aos demais personagens. Cinematograficamente falando, isso não fazia muito sentido, então Jackson e o resto dos membros tiveram que encontrar a maneira de desenvolver seu próprio roteiro. Isso fez com que, por exemplo, a parte de Laracna que é das Duas Torres, a movessem para O Retorno do Rei. E a razão era porque não podiam ter duas cenas climáticas intercalando uma com a outra. O Abismo de Helm e Laracna exigiam do espectador uma enorme carga emocional, e se os juntassem, se anulariam uma à outra, um dos dois ia perder força. Então decidiram que As Duas Torres deveria girar em torno de um único clímax: a batalha do Abismo de Helm.

As filmagens do Abismo de Helm foram tão épicas quanto o que vemos na tela. Foram necessárias 120 noites de filmagem, sob chuva constante (em grande parte artificial) e com temperaturas que congelavam os figurantes. Foi um trabalho física e mentalmente exaustivo: centenas de figurantes fantasiados de uruk-hai, os dublês repetindo quedas uma e outra vez, e os atores principais trabalhando até a exaustão. A experiência foi tão intensa que, quando acabou, a equipe até fez camisetas para todos os que estiveram lá com as palavras impressas: “Sobrevivi ao Abismo de Helm”. Foi muito duro, sim, mas todos se lembram como se fosse um macabro acampamento de verão.

Fonte: adorocinema

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