O sucesso de “Wicked” em 2024 fez com que as expectativas para a sequência fossem altas, afinal, a adaptação de um dos maiores clássicos da Broadway conseguiu levar para o cinema todo o visual mágico da história, que no palco acaba tendo limitações. O resultado foi tão positivo que o primeiro filme conquistou duas estatuetas no Oscar: Melhor Designer de Produção e Melhor Figurino. Era esperado então uma trama mais profunda nessa continuação, até mesmo por quem já assistiu a peça, mas não é bem isso “Wicked: Parte II” entrega.
Novamente, com a direção de Jon M. Chu, o musical parece não se preocupar em entregar algo novo para o público e nem aprofundar as motivações dos personagens. Ariana Grande e Cynthia Erivo continuam interpretando Glinda e Elphaba de forma encantadora e a amizade entre elas talvez seja a única coisa bem explorada nessa sequência.
O roteiro fez com que os vilões Madame Morrible (Michelle Yeoh) e o Mágico (Jeff Goldblum) fossem os responsáveis por criar uma motivação para as protagonistas, principalmente Elphaba, mas tudo isso foi explorado na primeira parte, tornando os dois totalmente dispensáveis aqui.
Oz no cinema
A inserção dos protagonistas de “O Mágico de Oz” na história prova que nem tudo que funciona no palco, pode funcionar no telão. Dorothy e companhia são praticamente NPCs (Personagem Não Jogável em termo dos videogames) na peça e isso também é trazido para o filme, o que parece deixar a subtrama contada de qualquer forma. A sequência parece ignorar o fato de que, mesmo sendo um clássico, o “Mágico de Oz” é um filme lançado há mais de 85 anos, muitos fãs de “Wicked” são jovens que jamais devem ter assistido e até quem assistiu, às vezes não se lembra.
Para quem não assistiu ou não se lembra, a sequência vai parecer confusa e até mesmo apressada, sem aprofundamento algum. O único ponto positivo envolvendo esses personagens clássicos é o surgimento do Homem de Lata, que conseguiu transmitir a tensão que a cena pedia.
Assim como a trama não traz muita novidade, os pontos positivos de “Wicked: Parte II” também não é surpresa. As melhores, engraçadas e emocionantes cenas ficam por conta de Glinda e Elphaba. A química das duas em cena consegue te puxar de volta à imersão da história, aliada aos visuais incríveis que continuam sendo destaque aqui também.
Força musical
Já as músicas são boas, mas bem menos impactantes que as da primeira parte. Nada aqui chega perto de uma “Popular” e muito menos “Defying Gravity”. A produção até tentou inovar acrescentando duas músicas inéditas, exclusivas para o filme: “The Girl in the Bubble”, cantada por Ariana , e “No Place Like Home”, interpretada por Cynthia, mas nada muito memorável. Provavelmente uma aposta para concorrer à Melhor Canção Original no Oscar.
Com diversas quebras de ritmo, como uma sequência sombria envolvendo a morte de uma personagem seguida de uma cena teatral e anticlimática, e resoluções apressadas, a segunda parte de “Wicked” não brilha como a primeira, mas reafirma o talento das protagonistas e mantém o encanto do público pelo mundo mágico de Oz.
Fonte: primeirapagina






