Misturando aventura, ficção e fatos históricos, o livro acompanha Aurora, uma garota de 13 anos que desperta misteriosamente nos primeiros anos da capital mato-grossense, época marcada pela disputa pelo ouro, pelas tensões coloniais e pela resistência dos povos indígenas Coxiponés e Cuyabás. Perdida em um território desconhecido, ela é acolhida por Moema, jovem indígena que a guia pelos costumes e conflitos daquele tempo, e acaba cruzando também o caminho de Tereza de Benguela ainda adolescente, testemunhando os primeiros passos da futura líder quilombola ao lado de José Piolho.
O romance nasceu como o trabalho criativo do doutorado de Stéfanie em Escrita Criativa pela PUCRS, concluído em 2023, embora tenha sido escrito originalmente há quase uma década. Agora, publicado em formato digital, retorna como uma viagem literária que conecta passado e presente ao abordar temas como pertencimento e identidade, aproximando jovens leitores de capítulos importantes da formação de Mato Grosso. As primeiras resenhas já destacam a força da narrativa. No Skoob, a leitora Belit Rocha Lessa descreve o livro como “uma leitura gostosinha para uma tarde” e ressalta a forma lúdica com que a autora trata o processo de colonização tardia do estado. Na Amazon, o escritor e professor Luiz Antonio de Assis Brasil elogia a obra como “uma excelente história, escrita com força e graça”, afirmando ter aprendido e se emocionado com a leitura.
Além do lançamento, Stéfanie também celebra em 2025 a edição comemorativa de dez anos de seu primeiro livro, “Borboletas infinitas de coração imperfeito”, publicado originalmente em 2014. A reedição, realizada pela Carlini & Caniato Editorial, reúne cinquenta poemas escritos entre a adolescência e o início da juventude e ganhou nova capa criada pela ilustradora cuiabana Juliana Fernandez. Para a autora, revisitar esse livro representa um marco afetivo e literário: “Essa obra foi meu primeiro passo na literatura, e essa segunda edição honra esse início enquanto abre portas para uma nova fase”, afirma. O projeto foi contemplado pelo Prêmio Literatura Mato Grosso – Edição Lei Paulo Gustavo.
Nascida em Cuiabá e formada em Jornalismo pela UFMT, Stéfanie Sande construiu uma trajetória marcada por diferentes gêneros, prêmios e reconhecimento nacional. Mestre e doutora em Escrita Criativa, foi monitora da tradicional oficina do professor Luiz Antonio de Assis Brasil e publicou títulos como “O Último Verso”, vencedor do Prêmio Mato Grosso de Literatura, e “Virgínia”, distribuído em Institutos Federais do estado. Em 2023, alcançou projeção nacional com o romance “Café Majestic”, lançado pelo selo Alfaguara, da Companhia das Letras, tornando-se a primeira autora cuiabana residente na capital a integrar o maior grupo editorial do Brasil. Com “A Fundação”, reafirma seu compromisso em contar histórias que costuram memória, identidade e as múltiplas camadas do passado.
Fonte: Olhar Direto






