Mato Grosso vai contar com modelo inédito no Brasil, no quesito modernidade, para o comércio digital de itens de higiene e outros produtos destinados aos reeducandos do sistema prisional. A compra será feita por familiares e os produtos serão entregues aos presos por esse comércio virtual. A expectativa, conforme o coordenador do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (GMF-MT), juiz Geraldo Fidelis, é de que o modelo, chamado de “Jumbo Digital”, esteja disponível em 10 dias.
Estados como São Paulo e Minas Gerais já dispõe das vendas de jumbos, mas, de acordo com o magistrado, nas unidades mato-grossenses a iniciativa vai trazer transparência em valores e impedir a comercialização interna, uma vez que serão apenas produtos essenciais e quantidade limitada a ser adquirida pelas famílias dos reeeducandos. O “Jumbo Digital” substituiu os antigos mercadinhos em presídios. O Conselho da Comunidade das Comarcas de Cuiabá e Várzea Grande requereu autorização judicial para o início imediato das operações da plataforma “Jumbo Digital” no Centro de Ressocialização de Várzea Grande.
“É uma nova sistemática que vai ser adotada, não vai ter mais mercado interno, somente mercado externo. Como se fosse um ‘mercado livre’, mas selecionando o que vai poder entrar, tendo transparência na arrecadação dos valores, também podendo ser auditável, isso é muito importante. Vai ter um teto de compra também, que vai impossibilitar fazer mercados internos. Vai ser daqui menos de 10 dias, acredito. Esse é o processo mais moderno que tem, e, aliás, vai ser o mais moderno do Brasil, inclusive, melhor que São Paulo, melhor que Minas Gerais, porque aqui serão várias vantagens, que lá não tem, lá é aberto, aqui não, vai ser fechado, literalmente. Vamos saber quem comprou, o teto, quanto comprou, para não poder fazer estoques internos”, informou Fidelis.
A comercialização virtual será realizada por meio de um sistema informatizado próprio, integrado ao Sistema de Gestão Penitenciária (SIGEPEN). Entre os requisitos estão controle individualizado das compras, cadastro de compradores autorizados, limites de itens e de frequência de aquisição, entre outros. Os lucros obtidos com a comercialização deverão ser integralmente aplicados em programas e projetos destinados ao atendimento de pessoas privadas de liberdade, egressos e seus familiares, no âmbito do sistema penitenciário do estado.
O “jumbo” são os itens que os presos podem receber de seus familiares, como, por exemplo, alimentos, produtos de higiene pessoal, produtos de limpeza, roupas e outros. É chamado de “jumbo” por conta do tamanho das sacolas em que é carregado, que geralmente são muito grandes.
Fonte: gazetadigital






