“Nosso levantamento aponta o maior volume de confinamento dos últimos anos. Mesmo com a alta na diária, a relação boi/milho ficou mais favorável e recompôs a margem do confinador”, destaca Milena Bezerra, analista de mercado pecuário do Imea.
Custo controlado e margem positiva
O custo da diária para produção do animal ficou em R$ 13,79, aumento de 16,47% frente ao ano passado — ainda abaixo dos picos observados em 2020 e 2021. A combinação de custo controlado e receita maior sustentou a expansão do confinamento neste ciclo.
Nos insumos da dieta, os preços subiram: farelo de algodão (49,35%), milho (33,98%) e DDG (20,33%). A maior demanda do setor de etanol de milho pressionou o cereal, mas a relação de troca mais favorável manteve o sistema competitivo.
Menos produtores, mais escala
A adesão ao confinamento caiu de 85,65% dos entrevistados em 2024 para 69,57% em 2025. Ainda assim, o volume total cresceu porque os produtores que permaneceram ampliaram suas escalas de produção. Entre os que desistiram do confinamento, 72,73% operam estruturas com até 1.000 cabeças.
“Vemos menos produtores confinando e mais escala por operação. Ganham espaço o semiconfinamento (29,73%) e a terminação intensiva a pasto (TIP) (8,11%), que entregam resultados próximos ao cocho e ajudam a reduzir custos”, explica Milena.
Oeste lidera confinamento
A região Oeste lidera as intenções com 271.943 cabeças, seguida pelo Norte (195.945), Sudeste (145.292), Médio-Norte (109.906), Centro-Sul (95.427), Nordeste (55.559) e Noroeste (54.601).
Proteção ainda tímida
A adoção de ferramentas de proteção de preços ainda é baixa: 4,17% dos pecuaristas usaram trava a termo e 3,79% recorreram à Bolsa. O Imea avalia que há espaço para ampliar o uso do hedge como instrumento de previsibilidade e gestão de margem.
Fonte: leiagora






