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Fossa Séptica Biodigestor: Novidades do Setor em Destaque em Evento Internacional

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Prestes a completar 25 anos em 2026 e depois de chegar a mais de 12 mil residências rurais em todos os Estados do Brasil, a Fossa Séptica Biodigestora – desenvolvida na Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP) – pela primeira vez será apresentada num evento internacional.

A tecnologia, que trata o esgoto das residências rurais e em áreas isoladas, terá destaque na AgriZone , um dos principais espaços temáticos da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que ocorrerá em Belém (PA), entre 10 e 21 de novembro.

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A pesquisa dos visitantes poderá ver de perto como a ciência aplicada pode gerar soluções práticas sustentáveis, essenciais à agricultura de baixa emissão de carbono, que redesenham o cotidiano da comunidade rural. As tecnologias sociais para saneamento básico rural estão instaladas desde 2018 no Núcleo de Responsabilidade Socioambiental (Nures) na AgriZone, área dentro da Embrapa Amazônia Oriental, em Belém.

Potencial internacional

“O saneamento rural proposto pela Embrapa está fortemente ligado aos aspectos de adaptação às mudanças climáticas pelo reúso agrícola seguro dos efluentes tratados e redução dos impactos sociais de populações vulneráveis, pelo tratamento do esgoto”, afirma o pesquisador Wilson Tadeu Lopes da Silva, responsável pelo sistema de saneamento básico rural.

Ele ressalta que a Fossa Séptica Biodigestora, junto com o Jardim Filtrante – que trata a água das pias, tanques e chuveiros nas de quem mora no campo – têm potencial para utilização em países emergentes tropicais da África, América Latina e Caribe, sul da Ásia e norte da Oceania. “Esperamos que a COP 30 seja uma vitrine para esse salto da tecnologia”, acrescenta o pesquisador.

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Sistema benéfico meio ambiente

Sílvio Araújo, analista da Embrapa Amazônia Oriental, com 17 anos de atuação na área de Transferência de Tecnologia e Responsabilidade Socioambiental, conta que, desde a instalação da Fossa Séptica Biodigestor, cerca de 88 mil litros de esgoto deixados de serem despejados no meio ambiente. Além desta unidade, mais quatro estão sendo instaladas na Agrizone, três delas para demonstração durante a COP 30.

“Antes da instalação dessas tecnologias, o esgoto doméstico e as águas cinzas eram direcionados para fossas rudimentares de concreto, sem tratamento adequado. Esse sistema favorece a infiltração de efluentes no solo e o risco de contaminação do lençol freático”, relata o analista.

Araújo diz que a implantação da tecnologia trouxe benefícios ambientais e operacionais expressivos, entre eles, redução significativa de odores e eliminação de contaminação direta do solo e da água subterrânea.

Além da demonstração das tecnologias, o pesquisador Wilson Tadeu participará de mesa-redonda no dia 10, às 17 horas, no Espaço Arena, para falar como a proposta de Saneamento Básico pela Embrapa pode contribuir para o Programa Nacional de Agricultura Urbana e Periurbana (PNAUP), instituído, entre outros, pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).

Plataforma de IA mede teor de carbono

A Plataforma de Inteligência Artificial (IA) AGLIBS – desenvolvida em parceria com a agfintech Agrorobótica – que integra diferentes softwares e sensores avançados, que realizam a digitalização do solo e das atividades agrícolas, também será apresentada na AgriZone.

Embasada na técnica de espectroscopia de emissão por plasma induzido por laser (LIBS, na sigla em inglês), a mesma que a agência espacial norte-americana (Nasa) embarcou nossos robôs para avaliação do solo do Planeta Marte, a Plataforma é capaz de analisar cerca de 1,2 mil amostras de solo diariamente, com precisão, e mais de 20 partes do solo, incluindo o carbono.

“A técnica LIBS usa pulsos laser de alta energia para criar um microplasma na superfície da amostra, e assim, determinar sua composição química com precisão e rapidez e de forma limpa, sem uso de resíduos químicos”, esclarece a coordenadora do Laboratório Nacional de Agro-Fotônica, Débora Milori.

A tecnologia permite financeiramente medir, reportar, verificar e comercializar (MRVC) o crédito de carbono no mercado voluntário internacional. Essas etapas são fundamentais para a execução do planejamento climático, redução das emissões dos gases do efeito estufa (GEE) e combate ao aquecimento global.

Fonte: cenariomt

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