Via @estadodeminas | O advogado Thiago Fonseca Carvalho, de 38 anos, foi condenado nessa quinta-feira (30/10) pelo Tribunal do Júri em Sete Lagoas (MG), na Região Central do estado, por ser o mandante da execução a tiros do colega de profissão Juliano César Gomes. A vítima morava no Bairro Floresta, em Belo Horizonte.
A pena foi fixada em 44 anos de prisão em regime inicialmente fechado. Além do homicídio qualificado com motivo torpe, a Justiça considerou que Thiago “concorreu para o roubo” do celular e do cartão de banco da vítima. Além disso, ele foi considerado coautor em relação à ocultação do cadáver.
O assassinato ocorreu em 21 de maio de 2020, e o corpo da vítima, à época com 37 anos, foi encontrado em 8 de junho daquele ano em uma estrada que liga Sete Lagoas a Funilândia. Os irmãos e executores do homicídio, Jean Fagundes Néris e Júnio Marcos Fagundes Néris, foram condenados em julho de 2021 a 32 e 24 anos de prisão, respectivamente.
‘Queima de arquivo’
Conforme consta na denúncia do Ministério Público, a morte da vítima foi uma ‘queima de arquivo’. Nesse sentido, Juliano havia sido arrolado como testemunha de defesa em um processo no qual Thiago figurava como réu pela prática de estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro. No entanto, ele declarou que “não mentiria e falaria apenas a verdade”.
Dias antes do crime, em 15 de maio daquele ano, o advogado esteve em um sítio em Sete Lagoas, em uma festa, quando conheceu um dos irmãos, Jean Fagundes Néris, e propôs que ele desse “um sumiço” no amigo. Em troca, Jean receberia uma carga de maconha avaliada em cerca de R$ 2,5 mil.
Um dia antes da execução, o advogado foi a Sete Lagoas buscar Jean e entregou a ele uma arma. Na oportunidade, ficou acertado que o irmão de Jean também participaria do crime. No dia seguinte, Thiago, aproveitando-se da confiança do então amigo, marcou um encontro com ele, simulando que precisava de sua pick-up emprestada.
Ao chegar ao local do encontro, a vítima foi rendida pelos dois irmãos, teve os bens roubados e depois foi executada. O crime começou a ser desvendado após a família do advogado comunicar seu desaparecimento à polícia. O veículo foi localizado em um bairro de Sete Lagoas.
Os investigadores pediram à Justiça a quebra do sigilo telefônico dos envolvidos e interceptaram uma ligação de um dos irmãos, Jean, para o pai, na qual confessava o crime. O homem orientou o filho a não se entregar nem revelar onde estava o corpo.
O advogado negou que tivesse algum conflito com Juliano, relatando que o amigo compareceu ao velório de seu pai um dia antes de desaparecer.
A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Thiago Fonseca Carvalho. O espaço segue aberto para manifestações.
Bruno Luis Barros
Fonte: @estadodeminas







