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Maduro desesperado com operações da CIA: busca solucionar disputa com os EUA na justiça internacional

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O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, e outros integrantes do seu regime manifestaram desespero nesta quarta-feira (15) devido à notícia de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou a agência de inteligência do país (CIA) a realizar operações na Venezuela. O chavismo prometeu até mesmo levar o assunto a órgãos judiciais internacionais.

Tudo começou quando uma reportagem do The New York Times revelou que a gestão Trump deu uma nova autorização que permitiria à CIA realizar operações “letais” na Venezuela e conduzir uma série de ações no Caribe.

Horas mais tarde, em entrevista coletiva, Trump confirmou que autorizou ações da agência no país sul-americano “por dois motivos”.

“Primeiro, eles [Venezuela] esvaziaram suas prisões nos Estados Unidos da América [enviando migrantes]”, afirmou, reiterando uma acusação que o republicano faz desde a campanha presidencial de 2024.

“E a outra coisa são as drogas. Temos muitas drogas vindo da Venezuela, e muitas das drogas venezuelanas chegam pelo mar, então vocês podem ver isso, mas vamos impedi-las de chegar por terra também”, completou Trump, em referência aos ataques dos Estados Unidos contra barcos no Mar do Caribe, sob o argumento de que transportam drogas de gangues venezuelanas, ofensiva que já matou 27 traficantes, segundo a Casa Branca.

Nesta quarta-feira, Maduro falou sobre o assunto em declarações veiculadas pela emissora estatal VTV.

“Não aos golpes de Estado da CIA! Até quando haverá golpes de Estado da CIA? A América Latina não os quer, não precisa deles e os repudia”, afirmou o ditador.

O líder chavista pediu que “a verdade sobre a Venezuela” seja levada a “todos os setores sociais, culturais, políticos e econômicos da sociedade americana para dizer não à guerra no Caribe, não à guerra na América do Sul”.

Já o presidente do Parlamento venezuelano, o chavista Jorge Rodríguez, anunciou nesta quarta-feira que o Conselho Nacional para a Soberania e a Paz promoverá o “estabelecimento de responsabilidade penal” contra os Estados Unidos por suas “ameaças e agressões”.

Rodríguez explicou que esta petição será encaminhada ao Ministério Público venezuelano e a órgãos judiciais internacionais e faz parte de uma série de ações do conselho, estabelecido em setembro passado em resposta ao destacamento militar dos Estados Unidos no Mar do Caribe.

O conselho também organizará um congresso internacional de juristas e acadêmicos no país em nome do “direito à paz”, com a participação de especialistas internacionais que “denunciarão a violação do direito internacional e dos direitos humanos básicos que está sendo promovida pelo império grosseiro do Norte contra toda a população da Venezuela”.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela disse que denunciará o tema das prometidas operações da CIA no país ao Conselho de Segurança da ONU nesta quinta-feira (16).

“Esta declaração [dos EUA] sem precedentes constitui uma violação gravíssima do direito internacional e da Carta das Nações Unidas, e obriga a comunidade de países a denunciar estas declarações claramente imoderadas e inconcebíveis”, disse a pasta.

“Amanhã, nossa Missão Permanente na ONU levará essa denúncia ao Conselho de Segurança e ao secretário-geral [António Guterres], exigindo responsabilização do governo dos Estados Unidos e a adoção de medidas urgentes para evitar uma escalada militar no Caribe, zona declarada zona de paz pela Celac [Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos] em 2014”, acrescentou a pasta.

Desde que a gestão Trump iniciou uma operação militar no Mar do Caribe no final de agosto, com o envio de navios de guerra para a região e posteriormente de caças F-35 para um aeródromo em Porto Rico, Maduro vem oscilando entre desafiar Washington e buscar uma aproximação.

No começo de setembro, o ditador enviou uma carta com uma proposta de diálogo ao presidente americano, na qual alegou não ter ligações com o tráfico de drogas, e também ofereceu “ajuda” para a captura de líderes do grupo criminoso venezuelano Tren de Aragua.

Além disso, na semana passada, Rodríguez disse que o regime chavista notificou o governo dos Estados Unidos sobre um suposto plano para uma operação de bandeira falsa, na qual “explosivos letais” seriam colocados na embaixada americana em Caracas.

Na sexta-feira passada (10), o New York Times publicou uma reportagem que apontou que Maduro teria oferecido abrir todos os projetos de petróleo e ouro, atuais e futuros, para empresas americanas, conceder contratos preferenciais a companhias dos EUA, direcionar para os Estados Unidos o fluxo de exportações de petróleo venezuelano que vai para a China e cancelar os contratos de energia e mineração do país com empresas chinesas, iranianas e russas.

Por ora, essa abertura não parece comover Trump. Em setembro, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou que o presidente americano recebeu a carta enviada por Maduro no começo do mês passado, mas disse que o envio da mensagem não muda a posição dos Estados Unidos diante do regime chavista.

A porta-voz lembrou que Washington considera “o regime de Maduro ilegítimo, e o presidente Trump demonstrou claramente sua disposição de usar todos os meios necessários para deter o tráfico ilegal de drogas letais do regime venezuelano para os Estados Unidos”.

Outra sinalização é que, na semana passada, Trump ordenou o fim das negociações lideradas pelo enviado especial Richard Grenell com o regime de Maduro.

Sem ter como negociar, a ditadura chavista vem aumentando as mobilizações militares. Há uma semana, o regime de Maduro anunciou que ativou o Plano Independência 200, cuja primeira fase inclui “verificações” e “atividades” visando cumprir “objetivos muito claros” em instituições, organizações e serviços públicos, como aeroportos e portos, nas regiões de La Guaira e Carabobo.

No lançamento do plano, no início de setembro, o ditador havia relatado que o Independência 200 teria a participação da Força Armada Nacional Bolivariana (Fanb) e dos Corpos Combatentes da Milícia Nacional Bolivariana em 284 frentes de batalha, a fim de garantir, segundo ele, “a independência e a paz” do país.

Hoje, Maduro anunciou uma nova etapa do plano, na qual a partir desta quinta-feira a defesa será reforçada nos estados de Táchira, Apure e Amazonas, na fronteira com a Colômbia, para a “defesa integral” da Venezuela.

Parece muito pouco, entretanto, para deter a maior potência militar do mundo – caso esta esteja realmente disposta a usar força total contra o chavismo.

Fonte: gazetadopovo

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