Descubra a Importância da Cor Azul na História da Maquiagem: Veja por que ela é tão relevante!

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azul é uma cor com história e alma, representada em diversas produções marcantes. Você provavelmente deve se lembrar de algum filme ou série em que a protagonista usava uma sombra azul pigmentada, como Christina Ricci em Buffalo 66, Maddie Perez em Euphoria e X com . 

Mas o que essa tonalidade de sombra representa e por que é constantemente revisitada? Para aprofundar o assunto, a conversou com Katia Celene Araújo, artista nacional da MAC, e Geh Mua, docente da área de Beleza do Senac Lapa Faustolo, em São Paulo, sobre a influência do azul na . 

A história da sombra azul na maquiagem

Uma cor que faz parte da história desde o Egito Antigo, o azul já simbolizava poder e espiritualidade, e uma das figuras mais lendárias da época, Cleópatra, usava pigmentos de malaquita e lápis-lazúli nas pálpebras, transformando a maquiagem em um gesto de ritual e de identidade.

Katia Araújo conta que, durante séculos, o azul foi privilégio da realeza e do sagrado, por ser raro e caríssimo, e isso mudou a partir de um pigmento criado pelo artista francês Yves Klein. “Assim, a cor se democratizou e passou a representar liberdade, arte e autoexpressão. Na maquiagem, o azul é sobre força, sonho e autenticidade“, lembra a maquiadora.

Yves Klein, responsável por popularizar o tom, foi conhecido principalmente por suas obras na cor azul, chamada de ‘Azul Klein’. Ele foi um dos principais representantes do movimento Nouveau Réalisme e suas obras exploravam a relação entre a cor, o espaço e a dimensão. 

Em relação ao que o azul representa na maquiagem, tanto no ponto de vista estético e simbólico, Geh Mua, docente da área de Beleza do Senac São Paulo, destaca a definição da autora Eva Heller no livro A Psicologia das Cores. “Ela descreve o azul como a cor mais amada do mundo, independentemente de cultura, idade ou gênero. Simbolicamente, o azul está associado à criatividade, liberdade e confiança. É uma cor que, quando usada na maquiagem, transmite personalidade e presença.”

O azul tem uma força única. Esteticamente, pode ser delicado e impactante, tudo depende da tonalidade e da forma como é usado. Os tons mais claros trazem certo frescor e suavidade, enquanto os mais intensos e escuros remetem a poder, elegância e até um quê de mistério, como vemos na linha do tempo cinematográfica. “O azul não dita uma moda, ele cria uma linguagem“, declara Katia Araújo.

Essa cor acompanhou mudanças socioculturais, como nos anos 60, com Twiggy e o movimento flower power; já nos anos 70, brilhou nas pistas de disco, todo metálico e exuberante com Donna Summer e Cher; nos anos 80, Madonna e Cyndi Lauper viraram sinônimo de glamour; e, nos anos 90, apresentou um ar futurista. Já nos polêmicos anos 200, aparece com uma pegada mais divertida e pop com Britney Spears e Christina Aguilera. Hoje, ele volta à tona com um significado artístico. 

E por que o azul voltou à maquiagem com tanta força?

“Vivemos um momento de liberdade criativa. Depois de anos em que o ‘natural perfeito’ dominava, as pessoas querem se divertir de novo com a maquiagem”, reflete a especialista da MAC. “O azul é refrescante, democrático e traduz bem essa geração que mistura nostalgia, tecnologia e emoção. Ele tem alma pop, mas também um toque de poesia.”

No início do ano, a sombra azul gelo, com uma tonalidade puxada para o azul bebê, foi cotada como uma das grandes tendências deste ano. Repaginada com uma pegada moderna, a forma de usar continua a mesma: aplique a cor esfumando toda a pálpebra até as sobrancelhas.

Segundo Geh Mua, as tendências de beleza seguem o mesmo ritmo da moda e do design, então as cores têm grande influência nas escolhas de tons que usamos. “Um exemplo recente foi a escolha do ‘Classic Blue’ como Cor do Ano pela Pantone em 2020, que trouxe uma forte presença desse tom na maquiagem, moda e até em embalagens de cosméticos.”

Como usar?

Ambas profissionais destacam a influencia das estações do ano no tom de azul favorito do momento. “No , os mais claros e vibrantes, como turquesa ou azul-piscina, são mais populares. Já no outono e inverno, os mais profundos, como azul petróleo ou marinho, ganham destaque. Cor é sensação e linguagem, e cada temporada fala de um jeito diferente”, revela a docente do Senac.

Katia também opina sobre os tons mais usados ultimamente. “Os tons mais em alta são o cobalto, o navy e o royal, além do baby blue e pastel, que trazem suavidade. No verão, o azul costuma ser mais translúcido e molhado; no inverno, aparece metálico e sofisticado.”

“O azul ilumina o olhar. Ele ressalta o branco dos olhos, dá profundidade e cria um ar cinematográfico. É uma cor que muda a leitura do rosto, traz frescor, leveza e personalidade. Em peles escuras, o contraste é vibrante; em peles claras, o resultado é etéreo e delicado. Tudo depende da intenção: se quer um toque de poesia ou de poder”, completa.

No desfile da marca Willy Chavarria na temporada de primavera-verão 2026 da de Nova York, por exemplo, a cor veio em um tom pastel e uma interpretação retrô com delineado gatinho preto.

Para quem ainda fica receosa de pintar toda a pálpebra, começar a usar o azul no canto interno dos olhos, como ponto de cor, ou na linha d’água, são ótimas opções. Dá também para apostar no traço de lápis azul rente aos cílios, um delineado metálico ou em uma sombra translúcida sobre o iluminador cremoso. Que tal?

E aí? O que achou da história sobre a sombra azul? Ficou com vontade de usar?

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