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Tecnologia

E se o Duke Nukem Forever fosse um jogo mais bonito?

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A indústria de games está repleta de histórias de fracassos, jogos que frustraram os fãs por entregar uma qualidade muito abaixo da esperada. Apontar o título que mais decepcionou é uma tarefa muito difícil, mas se tentarmos fazer isso, o Duke Nukem Forever deverá ser lembrado por muitas pessoas.

Anunciado em 1997, o título seria a continuação para o aclamado Duke Nukem 3D, mas aquilo que gerou uma enorme expectativa nos fãs acabou entrando para o Livro dos Recordes como o jogo que por mais tempo permaneceu em desenvolvimento.

De diversas mudanças na engine ao verdadeiro caos que se tornou o gerenciamento do projeto, os meses se tornaram anos e os direitos sobre o Duke Nukem Forever mudaram de mãos várias vezes, até que o jogo passassase a ser ridicularizado, tratado como um mero vaporware. A situação se tornou tão crítica, que em 2009 a 3D Realms optou por cancelar o desenvolvimento.

“O DNF é o jogo que destruiu a 3D Realms e acabou fazendo com que a empresa fosse vendida para investidores na Dinamarca,” explicou Scott Miller, cofundador do estúdio. “Enquanto jogos como Max Payne e Prey mantinham a empresa à tona, o DNF foi um desperdício de dinheiro constante para a companhia e eventualmente matou a original 3D Realms/Apogee.”

Pouco depois do comentário, o outro fundador da 3D Realms, George Broussard foi ao Twitter rebater o ex-companheiro, acusando-o de ser um sujeito narcisista, manipulador e incapaz de assumir os próprios erros. Segundo Broussard, que teria investido entre 20 e 30 milhões de dólares no projeto, foram as atitudes de Miller que os levaram a perder tanto a franquia quanto a empresa.

Mas independentemente de quem está correto nessa história, se é que alguém está, o fato é que com tantas ações equivocadas, seria muito difícil o Duke Nukem Forever conseguir corresponder à expectativa. Então, quando em 14 de junho de 2011 o jogo finalmente chegou às lojas, o inevitável aconteceu: dessagrando a mídia e o público, o retorno do personagem canastrão foi um fiasco!

Com as críticas indo desde o enredo às mecânicas simplistas, pouco inspiradas e datadas, os fãs ainda reclamaram do humor de gosto duvidoso e dos gráficos, que ficaram muito abaixo do que existia na época. Para boa parte desses problemas, a única solução seria refazer toda a campanha, mas em se tratando da parte visual, surge a especulação de que a Gearbox Software poderia ter entregado um produto muito melhor.

Quem levantou tal possibilidade foi um grupo de modders que, ao vasculharem os arquivos do Duke Nukem Forever, descobriram um editor de fases escondido na versão do jogo disponibilizada para o público. Como apenas o frontend do programa havia sido removido, eles conseguiram restaurá-lo e isso tem permitido que várias ferramentas e efeitos sejam reativados.

O que ninguém poderia esperar era que até um determinado ponto do desenvolvimento o jogo contava com um sistema de iluminação e sombreamento muito mais avançado do que aquele que chegamos a experimentar. Possivelmente removido para que o jogo rodasse no Xbox 360 e PlayStation 3, tal iluminação poderia ter deixado a versão final bem mais bonita.

“A principal diferença nos gráficos do jogo é o seu avançado sistema de iluminação,” declarou Vinícius Medeiros, ao site PCGamesN. “O sistema de iluminação é muito reativo. Está no jogo, só que os desenvolvedores definiram que a maioria dos objetos não gerasse uma sombra. Existem algumas cenas que ainda tem sombras presentes, mas elas não são usadas em todo o seu potencial.”   

O que ajuda a reforçar a desconfiança de que a versão para PC foi sacrificada está no fato de que por padrão, qualquer objeto adicionado a um estágio emite sombra. O que fez o recurso não estar presente foi a desativação manual implementada pelos profissionais da desenvolvedora.

Na conta do modder no Twitter é possível ver algumas comparações entre o jogo rodando da maneira como ele foi disponibilizado e com as sombras dinâmicas ativadas. Além disso, o vídeo publicado por Vinícius Medeiros provavelmente aqueles que encararam o título da Gearbox boquiabertos, afinal ele não apresentava esse nível de qualidade visual.

Agora o plano de Vinícius é trabalhar numa modificação que resgate esse efeito de iluminação, fazendo com que a parte visual do Duke Nukem Forever se torne muito melhor. É um trabalho que deverá levar tempo, mas segundo ele, “a cena de modificações para esse jogo apenas começou.

Mesmo sabendo que uma plástica não será suficiente para mudar a opinião daqueles que odiaram a DNF, será interessante ver o que esse pessoal conseguirá fazer com o jogo. O que fico pensando é como a recepção ao título poderia ter sido diferente caso ele ao menos tivesse nos apresentado uma qualidade gráfica superior a muito do que existia na época. Pelo jeito, até nessa decisão o Duke acabou sendo prejudicado.

E se o Duke Nukem Forever fosse um jogo mais bonito?

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