Maysa pede aos colegas arquivamento de pedido de cassação para evitar violência adicional

A vereadora Maysa Leão (Republicanos) usou a tribuna da Câmara de Cuiabá, nesta quinta-feira (2), para pedir apoio dos colegas na rejeição do pedido de abertura de comissão processante que pode resultar na cassação de seu mandato por quebra de decoro parlamentar.

Durante o discurso, Maysa afirmou que o episódio envolvendo a fala de uma adolescente de 16 anos em audiência pública foi conduzido de forma responsável, com acompanhamento de psicóloga, assistente social, uma promotora e uma delegada.
 A parlamentar disse que, ao descobrir a idade da jovem, pediu que toda a gravação fosse retirada do ar para evitar qualquer exposição.
“Quando essa jovem falou o seu nome, disse: eu tenho 16 anos e passei por essa violência. Nós todos que estávamos aqui na mesa diretora ficamos surpresos. Quem trouxe a jovem me disse que a pessoa ao lado dela era a psicóloga que a atende, e a assistente social estava à frente. (…) Então, eu não interrompi a fala para não causar a ela mais uma violência”, explicou.
Maysa também destacou que, após a audiência, tomou medidas para preservar a adolescente.
“Nós pedimos que a nossa mídia retirasse do ar, mas, infelizmente, algumas pessoas gravaram a tela enquanto estava ao vivo. Mas que bom que não compartilharam esse vídeo”, disse.
Ao se dirigir aos colegas, a vereadora ressaltou o desgaste político e pessoal causado pela denúncia.
“Quando eu entrei nessa casa, me falaram: se você passar pela vereança sem nenhum pedido de cassação, é porque você não se destacou. Mas eu preferia passar pela vereança sem nenhum pedido de cassação. Porque, mesmo quando estamos seguros e tranquilos, é sempre um desgaste. É sempre um desgaste para a família, é sempre um desgaste para a pessoa. (…) Então, hoje, eu gostaria de pedir o apoio dos nobres pares”, declarou.
A parlamentar reforçou ainda que o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) arquivou a investigação sobre o caso, entendendo que não houve dolo nem exposição da adolescente.
“O Ministério Público deixou muito claro: a jovem não foi exposta na grande mídia, segue a vida dela em paz e não corre risco, porque seus agressores já estão presos”, afirmou.
O pedido de cassação foi protocolado no dia 15 de setembro por uma balconista que acusou a vereadora de expor a adolescente ao vexame durante o relato na tribuna. O caso está em análise na Câmara, mas, nos bastidores, a avaliação de vereadores da base e da oposição é de que dificilmente a denúncia prosperará.