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MATO GROSSO

Grupo do CV, liderado por ”Dandão”, se torna réu por lavagem de R$ 13 milhões em ”bets” piratas

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O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, recebeu denúncia e tornou réus 15 membros do Comando Vermelho alvos da Operação Ludus Sordidus, deflagrada contra organização criminosa responsável por movimentar R$ 13,3 milhões provenientes de apostas ilegais, tráfico de drogas, estelionatos e lavagem dinheiro. Dentre os acusados, está o principal alvo da ofensiva, Sebastião Lauze, vulgo “Dono da Quebrada”, “Dandão”, ou “Vovô”, e seus comparsas Ozia Rodrigues, o “Shelby” e Dainey Aparecido, o “Playboy”.
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Em decisão proferida nesta quarta-feira (1), o magistrado anotou que as provas apresentadas pelo Ministério Público e levantadas pela Gerência Especializada de Combate ao Crime Organizado (GCCO), foram suficientes para o desencadeamento da ação penal em face dos criminosos.
Com a ordem de Jean, tornaram-se réus, além do trio mencionado, Renan Curvo daCosta, Paulo Augusto e Silva Dias, Eduardo Nascimento dos Santos, Jheine Pinheiro, Elizângela Visdomino, Ronaldo de Amorim Júnior, Lorrainy Waleska dos Santos, Pamela Cristina Bastos, Rafael Amorim Veiga, Willian Angelo de Freitas e Weberton Pedro da Silva.
Principal alvo da Operação, deflagrada em agosto, Sebastião Lauze teve 12 imóveis sequestrados pela Justiça, dentre eles salas comerciais, apartamentos e uma casa. “Dandão” foi preso acusado de movimentar R$ 13.3 milhões provenientes de apostas ilegais, tráfico de drogas, estelionatos e lavagem dinheiro.
Conforme informações obtidas pela reportagem do Olhar Direto, Sebastião Lauze é presidente do time de futebol SN Futebol Clube, que possuí vários títulos dentro do futebol amador. Ele também conhecido por ser o “Dono da Quebrada” controlava jogos, ações de estelionato e tráfico de drogas.
O segundo da lista é João Bosco, irmão de Lauze, que recebia 10% do valor das casas de aposta ilegais, que movimentou milhões. Em seguida vem Ozia Rodrigues, apelidado de Shelby, disciplina do Comando Vermelho e que já havia sido preso em uma operação anterior por encabeçar um esquema de extorsão à empresários de VG e Rondonópolis através de ameaças das facções. Ozia foi preso durante a operação “A César o que é de César”, deflagrada em fevereiro de 2025. Thailla, por sua vez, é esposa de Ozia e agia diretamente com Veio.
Dainey Aparecido e Renan Curvo completam a lista dos alvos.  Dainey recentemente foi preso por tráfico e ostentava em redes sociais vida de luxo além de encabeçar as casas de aposta “Gol Bet” e “Campeão Bet”. Renan Curvo também tinha envolvimento com as casas de aposta de Dainey. 
No início de agosto, a juíza Fernanda Mayumi Kobayashi acatou pedido da autoridade policial e, além de autorizar a operação, ordenou o bloqueio de R$ 13.318.495,67, bem como sequestrou e indisponibilizou uma série de imóveis de Vovô, Ozia Rodrigues e Thailla Momesso Rondon. 
Em nome de Sebastião, a magistrada sequestrou oito salas comerciais na Avenida Domingas Alves da Costa, capital, um apartamento, uma casa no Santa Laura e dois imóveis no Jardim Liberdade. Ozia e Thailla tiveram uma casa e dois imóveis bloqueados, todos em Cuiabá. Todos eles seguem presos preventivamente.
Ludus Sordidus desmantelou esquema milionário do CV e culminou no cumprimento de 38 ordens judiciais. As investigações iniciaram em dezembro de 2023, após interrupção de reunião comunitária no bairro Jardim Liberdade, em Cuiabá. Na ocasião, integrantes da facção encerraram o encontro sob ameaças, em clara tentativa de demonstração de poder do grupo criminoso. 
A motivação dessa dissolução seria “política”, pois a irmã de um dos investigados era pré-candidata a vereadora e a reunião teria sido interpretada como um evento político, devido a presença de um secretário de Estado. 
Dono do time de futebol e outras empresas de fachada, constituídas para lavar a grana, Sebastião recebia mensalmente 10% dos lucros da plataforma de apostas ilegais, além de valores oriundos do tráfico e de golpes aplicados em plataformas de compra e venda pela Internet.
Outro dos faccionados pertencente ao grupo é um conhecido influencer de Várzea Grande que ostentava grandes quantias em dinheiro, viagens e cruzeiros em redes sociais. Dainey fazia parte do grupo que explorava “bets” financiando a facção e foi preso recentemente por tráfico de drogas.
Os integrantes da facção ostentavam veículos de luxo e imóveis incompatíveis com renda lícita, como casas, prédios comerciais e galerias de lojas, sendo estes alvos de sequestro na operação, visando a recuperação de ativos e desarticulação do grupo criminoso. O grupo também contava com o uso de pessoas interpostas (laranjas) para aquisição de veículos, bem como recebimento de valores de origem ilícita.
 
 

Fonte: Olhar Direto

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