Fechadas em 2022 devido a uma inundação, as Cavernas de Sterkfontein, na África do Sul, foram reabertas para visitação em abril. Classificado como Patrimônio Mundial pela Unesco desde 1999, o sítio arqueológico é conhecido como “berço da humanidade” pela quantidade de fósseis de ancestrais humanos encontrados ali – entre eles o icônico esqueleto Little Foot, um Australopithecus quase completo com mais de 3 milhões de anos.
As cavernas ficam 50 km a noroeste de Joanesburgo e, com a reabertura, voltaram a ser uma verdadeira janela para o passado. Foi nesse cenário que vieram à tona descobertas marcantes, como o crânio Mrs Ples, com cerca de 2,1 milhões de anos, além de inúmeros fósseis que ajudaram a compreender a transição entre primatas e humanos. Durante a visita, chamam a atenção dos visitantes as estalactites que pendem do teto.
O local é administrado pela Universidade de Witwatersrand desde 1996. Atualmente, a universidade busca reforçar a conexão com o público, oferecendo passeios que aproximam os visitantes da ciência pelo contato com pesquisadores, o acesso aos laboratórios com fósseis e novas exposições sobre a evolução humana.
Patrimônio científico e cultural
O sistema de cavernas, formado há cerca de 20 a 30 milhões de anos em rochas dolomíticas, preservou restos de animais e ancestrais humanos que caíram em suas fendas ao longo de milênios.
Antes da pandemia em 2020, Sterkfontein recebia até 100 mil visitantes por ano, entre turistas e excursões escolares. Com a reabertura, a expectativa é retomar o fluxo e reforçar o caráter educativo do espaço. Segundo Nithaya Chetty, reitor da Faculdade de Ciências da Universidade de Witwatersrand, a visitação às cavernas representa uma evolução importante na forma de como a história das origens humanas é compartilhada.
Como funciona a visita?
As cavernas ficam dentro do Sítio Patrimônio Mundial Berço da Humanidade, uma área protegida de mais de 47 mil hectares. O acesso às Sterkfontein é feito com tours guiados, que duram entre 1h e 1h30 e acontecem de terça a domingo, das 9h às 16h. Os ingressos podem ser comprados pelo site Webtickets ou diretamente no local, mas é recomendável ligar no dia da visita para confirmar a disponibilidade, especialmente em feriados.
Os valores variam: adultos pagam 150 rands pelo tour completo, que inclui exposição e cavernas; crianças de 6 a 18 anos pagam 125 rands; e menores de 6 anos têm entrada gratuita.
Durante o passeio, os visitantes exploram formações de calcário e áreas de escavação. O trajeto inclui escadas, passagens estreitas e trechos escorregadios, por isso não é recomendado para pessoas com claustrofobia, dificuldades de mobilidade ou problemas respiratórios graves.
Depois da visita às cavernas, é possível estender o passeio no centro de visitantes Maropeng, com exposições interativas sobre evolução humana, ou conhecer atrações próximas, como o NIROX Sculpture Park, que combina arte e natureza em um cenário tranquilo.
Fonte: viagemeturismo
