MATO GROSSO

Facções criminosas prosperam mesmo com líderes encarcerados há décadas, apontando falhas no sistema público, afirma Mauro Mendes

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O governador Mauro Mendes (União) afirmou que o crescimento das facções criminosas, mesmo com seus principais líderes presos há mais de duas décadas, evidencia a ineficiência do sistema de segurança pública e justiça em Mato Grosso e no Brasil. Ele citou dois casos, um em nível nacional e outro em nível local, que mostram como a prisão não foi suficiente para impedir o crescimento dessas organizações criminosas.

“Todos nós sabemos que as facções criminosas nasceram, se criaram, se desenvolveram a partir das prisões brasileiras. Foi dentro das prisões desse país, caóticas, mal gerenciadas, com condições precárias, que nasceram as facções criminosas”, declarou o governador. O diagnóstico foi feito durante discurso na quinta-feira (25), durante o lançamento do novo protocolo integrado de combate à violência contra a mulher, desenvolvido em parceria entre o Governo do Estado, o Ministério Público e o Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
Como exemplo, sem citar diretamente o nome, Mauro mencionou o caso de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, que durante anos foi apontado como líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), que está preso há mais de 20 anos. Mesmo assim, segundo o governador, a organização seguiu crescendo de forma exponencial em todo o país durante o período. 
Em Mato Grosso, ele citou o caso de Sandro Lucio do Nascimento, conhecido como “Sandro Louco”, que cumpre pena há 29 anos, e ainda assim continuou comandando ações do Comando Vermelho no estado. 
“O líder da maior facção criminosa desse país está preso há 23 anos. Todo mundo sabe o nome e o sobrenome dele. E essa facção criminosa cresceu assustadoramente nesses 23 anos. Olha que coisa reveladora da nossa ineficiência. Como é que um cara, CEO de uma empresa, está preso há vinte e tantos anos, e a empresa crescendo, prosperando, mandando matar, mandando fazer, dando ordens?”, questionou Mauro.
Ao citar o caso mato-grossense, o governador reforçou que a crítica não se limita à atuação federal ou de outros estados. “Podem dizer que eu estou apontando o dedo para os outros e não para nós mesmos. Mas se olharmos o Brasil inteiro, nós teríamos exemplos que nos envergonham”, disse.
O governador aproveitou o momento para repetir o discurso do endurecimento das leis penais. Ele cita que os países mais seguros do mundo possuem ou já possuíram penas de morte ou de prisão perpétua, enquanto o mesmo não acontece nos países mais violentos.

 

Fonte: Olhar Direto

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