Segundo ele, a concessionária pode obter mais de R$ 300 milhões em ganhos, enquanto a prefeitura arcará com prejuízos que afetam diretamente áreas como saúde, educação, esporte e cultura.
Abilio destacou que a modelagem do contrato criou um desequilíbrio econômico que favorece amplamente a CS Mobi.
“Essa empresa vai ter 873% de vantagem com o modelo atual. Nem o Tigrinho está pagando tão bem assim”, ironizou.
O prefeito criticou especialmente o uso do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) como garantia do contrato, o que permite bloqueios judiciais diretos na conta da prefeitura em caso de inadimplência.
“Recursos que poderiam reformar escolas, unidades de saúde ou até mesmo ajudar em projetos sociais estão sendo sequestrados mensalmente para cobrir esse contrato. Isso é um prejuízo claro para a população cuiabana”, afirmou.
Abilio também apontou que a previsão inicial de 750 vagas de estacionamento rotativo foi rapidamente ampliada para 3.750, com possibilidade de expansão para até 9 mil vagas em Cuiabá, o que, segundo ele, impactaria a mobilidade urbana e oneraria ainda mais o cidadão.
“Querem colocar rotativo em quase todos os centros urbanos da cidade. É um modelo que não tem interesse público, só interesse privado”, criticou.
O prefeito ainda ressaltou que, além da exploração do estacionamento, o consórcio terá receitas próprias com a locação de salas do Mercado Municipal Miguel Sutil e com a exploração publicitária dos pontos de ônibus que serão instalados.
“Na prática, a prefeitura está financiando a construção de um patrimônio que será explorado pela empresa por 30 anos. Seria mais vantajoso que o município tivesse buscado um empréstimo e feito a obra com recursos próprios”, avaliou.
A CPI do Estacionamento Rotativo foi criada para apurar possíveis irregularidades no contrato firmado durante a gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (PSD). O contrato envolve tanto a implantação do sistema de vagas quanto a obra de requalificação do Mercado Municipal Miguel Sutil, ainda inconclusa.
Fonte: Olhar Direto