SAÚDE

Como Generalistas Qualificados Podem Diminuir Tempo de Espera no SUS

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Histórias como a de Regiane Araújo Pacheco, artesã baiana de 40 anos, mostram o impacto da demora em diagnósticos. Desde a infância, ela buscava ajuda para dores intensas, mas só recebeu o diagnóstico de artrite reumatoide infantil aos 15 anos, após procurar atendimento especializado em São Paulo. Mais tarde, descobriu também ter lúpus, condição que trata até hoje.

Esse longo caminho até encontrar respostas é chamado de jornada do paciente. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), José Eduardo Martinez, um dos maiores desafios da saúde no Brasil é encurtar esse percurso. Ele alerta que muitos passam por diversos médicos sem obter suspeita ou confirmação do problema antes de chegar ao especialista.

O debate ganhou força com a aprovação do programa Agora Tem Especialistas, criado pelo governo federal para ampliar o acesso a consultas, exames e cirurgias no Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa, aprovada por unanimidade no Congresso, pretende reforçar áreas como oncologia, ortopedia, ginecologia, cardiologia, oftalmologia e otorrinolaringologia.

Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a medida é “histórica” e dará mais solidez à rede pública. O objetivo é reduzir o tempo de espera e levar atendimento especializado a regiões com escassez de profissionais.

Apesar de reconhecer os avanços, Martinez ressalta que investir na atenção básica e na qualificação dos generalistas é essencial. Ele cita casos de pacientes que viajam longas distâncias e aguardam meses por retorno, situação que poderia ser evitada se os médicos locais estivessem preparados para seguir protocolos do SUS e dar continuidade ao tratamento.

Outros especialistas da SBR, como os reumatologistas Valderilio Azevedo e Licia Maria Henrique da Mota, reforçam a importância da formação dos profissionais da ponta. Para eles, muitas doenças podem ser identificadas e tratadas já na atenção primária, reduzindo a necessidade de deslocamentos e encaminhamentos desnecessários.

O Ministério da Saúde informou que a Atenção Primária à Saúde tem recebido mais recursos, com orçamento passando de R$ 35,3 bilhões em 2022 para R$ 54,1 bilhões em 2024. Hoje, a cobertura chega a 70% da população, com equipes atuando em diferentes frentes, como Unidades Básicas de Saúde e programas de acompanhamento de condições crônicas.

Fonte: cenariomt

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