Dois meses e um dia depois da morte da rainha Elizabeth II, a 5ª temporada de The Crown estreou na Netflix. Com a trama agora ambientada nos anos 90, mais do que nunca está em evidência o triângulo (nada) amoroso formado por Diana, Charles e Camilla Parker-Bowles. Pois foi nessa época que a princesa e o príncipe de Gales anunciaram e oficializaram seu divórcio, pondo fim ao conto de fadas que começou em 1981 e que logo se revelou uma das maiores crises já enfrentadas pela família real britânica.
Os novos episódios marcam a terceira mudança de elenco da série criada por Peter Morgan. Se Imelda Staunton e Jonathan Pryce assumem os papéis de Elizabeth e do príncipe Philip, quem desempenha os de Diana, Charles e Camilla são Elizabeth Debicki, Dominic West e Olivia Williams, respectivamente.
O AdoroCinema conversou com os três atores sobre a passagem de bastão na 5ª temporada e a dificuldade de interpretar figuras tão memoráveis – duas delas ainda vivas, Charles e Camilla, atuais rei Charles III e rainha consorte do Reino Unido. Também perguntamos se mudaram de opinião acerca dessas personalidades depois de encarná-las.
A seguir, você confere a primeira parte da nossa conversa, com Dominic e Olivia. O vídeo completo está no nosso canal do YouTube – e você pode vê-lo clicando aqui.
Vocês tinham assistido à série antes de serem escalados? O quanto vocês conheciam de The Crown?
Olivia: “Eu assisti. Na verdade, tentei não dar tanta atenção e não me envolver. Mas eu estava nos Estados Unidos, e as pessoas com quem eu estava morando estavam maratonando a série. Então eu sentei para ver e fiquei completamente viciada. Eu amei, claro!”
Dominic: “Eu definitivamente vejo a série. Eu vi quando estreou, vi tudo.”
Como foi para vocês, enquanto atores, criar um equilíbrio entre o personagem e a pessoa real em que se baseia? Até porque os dois estão vivos – Charles e Camilla – e frescos na memória do público.
Olivia: “Para mim, foi muito fácil. Assim que coloquei a peruca, não precisei fazer mais nada. A peruca é realmente toda a minha performance. Então, não tive problemas com isso.”
Dominic: “Eu não tive tanta sorte com a peruca. O fato de eu ser fisicamente diferente de Charles me ajudou a perceber que é um trabalho de atuação como qualquer outro. Quer dizer, você tem a intenção, as necessidades da pessoa em cena. Você não pode pensar em mais nada. Não pode pensar no que o público vê, em como você fica ou se você soa como a pessoa real.
“Você tem que fazer algo que permita às pessoas entender quem você está representando. E isso é sempre divertido, porque você encontra pequenos detalhes físicos, até na voz, que te trazem para dentro do personagem.”
Vocês encontraram ou conversaram com os antigos integrantes do elenco? Sabemos que Josh O’Connor e Emerald Fennell fizeram um ótimo trabalho e foram indicados a prêmios. Vocês tiveram contato?
Dominic: “Eu conheço o Josh muito bem. Inclusive eu o carreguei pelos esgotos de Paris em uma adaptação de “Os Miseráveis” que fizemos alguns anos atrás. Mas não entrei em contato. Eu pensei em fazê-lo, mas acabei vendo todas as entrevistas que ele deu sobre como interpretar Charles. Depois achei melhor não incomodá-lo mais.”
Olivia: “Quando eu fiz o teste para o papel de Camilla, eles me deram um dos discursos de Emerald Fennell da temporada anterior. Então eu assisti com muita atenção e pensei: ‘Se ela conseguiu o trabalho interpretando-a desta maneira, é melhor eu copiá-la.’ Eu definitivamente a copiei.”
Depois de interpretar essas personalidades, vocês desenvolveram mais empatia por elas? Vocês mudaram sua visão, sua compreensão da história de Charles e Camilla?
Olivia: “Com certeza. Eu tinha apenas a versão de Camilla proposta pela imprensa para me basear. Nos anos 90, só havia fotos dela com a cara estranha e com raiva. Isso porque basicamente a pessoa que tirava as fotos estava escondida no jardim dela.
“Mas um pouco de pesquisa me mostrou como agora ela é calorosa, sorri e até pisca para a imprensa, que, não muito tempo atrás, a atormentava por trás da cerca. Então sim, minha opinião sobre ela mudou muito. E ela claramente gosta de beber e é desbocada, duas características que temos em comum.”
Dominic: “Eu sou muito apegado ao meu personagem. Acho que, inevitavelmente, o trabalho de atuação envolve ter empatia pelo personagem, amá-lo como você ama a si mesmo. Eu notei que grande parte das críticas que Charles sofreu no passado estavam relacionadas ao fato de ele transparecer seus sentimentos. Mas eu acho que esse é seu ponto forte.”
Assista à entrevista na íntegra clicando aqui ou dando play abaixo:
Fonte: adorocinema.com