Música

Entrevista com ANAVITÓRIA: desafios de viver a era de 2 discos e próximos passos

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Se tem uma coisa que não falta para o duoANAVITÓRIA é inspiração para criar! Em dezembro do ano passado, elas lançaram o disco “Esquinas” e, na semana passada, apenas nove meses depois, surpreenderam com a chegada de um novo álbum, o “claraboia”. De fato, os dois discos foram pensados desde o início como uma unidade, para um complementar e contrapor o outro. Porém, se não olhar pela mesma ótica das meninas, esse momento em que vivem duas eras simultaneamente pode soar confuso para os fãs.

É que, antes mesmo de cair na estrada com a “Turnê das Esquinas”, que dá suporte ao álbum lançado em dezembro de 2024, a dupla lançou o “claraboia”, que também já tem sua própria turnê marcada, com início para fevereiro de 2026. Ao POPline, ANAVITÓRIA explicou o processo criativo dos dois discos, a escolha do repertório para as duas turnês e seu modus operandi de organização para que tudo isso faça sentido (não só na cabeça delas)…

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Foto: Lívia Rodrigues

O cantor Rubel, que participa do “claraboia” na faixa “isso é deus”, foi a pessoa escolhida para escrever a carta de apresentação do mais recente disco do duo e, através dela, ele explica de onde veio o ‘estalo’ para criar dois álbuns que se complementassem.

“A história começa lá em 2022, em Los Angeles, em uma exposição de Bárbara Kruger. Era uma sala com imagens projetadas em paredes opostas, uma de frente para a outra. Na projeção da esquerda, um homem mais velho olhava para frente, como se estivesse diante de um espelho. Na da direita, um homem mais novo encarava este mesmo espelho. Duas imagens refletidas de momentos diferentes. Dois complementares opostos. Eureka.

Ana correu para Vitória e conceberam: e se fossem dois discos? Diferentes, mas complementares? Um super produzido, o outro cru? Um mais pop, o outro mais estranho? Dois lados de uma coisa só”, diz Rubel em um dos trechos da carta, explicando o surgimento dos projetos espelhados “Esquinas” e “claraboia”.

Apesar de trazer uma proposta de unidade, cada qual com suas nuances, os dois álbuns em questão tiveram processos criativos em tempos diferentes. Para o último deles, as duas alugaram uma casa em Paranapanema, no interior de São Paulo, e junto com a equipe montaram um estúdio no meio da sala. Mas, e como fazer pra se organizar em dois processos distintos de projetos que precisam estar alinhados e que, juntos, precisam fazer sentido?

“Acho que o único momento onde escolhas foram ponderadas entre esses dois projetos, foi na escolha do repertório. Pensei muito em trazer [a faixa] ‘Aza’ pro ‘Esquinas’, por exemplo, mas a Vi bateu o pé de que tinha a cara do ‘claraboia’ e ela tinha razão. No mais, foi tudo bem solto mesmo! A proposta desse disco era justamente a despretensão. Não nos preocupamos em amarrar as pontas, sabe? A gente entendeu o que estávamos fazendo, enquanto fazíamos”, explicou Ana.

A artista complementa, tocando no ponto da turnê que está em curso e da que vem a seguir: “O desafio maior talvez seja agora, lançar o ‘claraboia’ ainda vivendo a ‘Turnê das Esquinas’. O processo de cada álbum foi muito distinto, em tempos diferentes e sensações também. Mesmo que soubéssemos dessa unidade desde o início, cada projeto teve sua individualidade e dedicação. Agora a gente tá vivendo essas músicas no palco (‘Esquinas’), já tendo outras coisas pulsando também (‘claraboia’), isso é a primeira vez que vivemos, e já é interessante, tá tudo muito vivo!”.

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Foto: Lívia Rodrigues

A dupla já apresentou o show criado para a “Turnê das Esquinas” três vezes, sendo a primeira no Festival Equinócio, no Macapá, no último dia 19. Ana e Vitória passarão por várias capitais do país até 30 de novembro. Às vésperas do show de abertura da turnê, o “claraboia” foi entregue ao público, porém Vitória destaca que, desde o início, o que fez sentido foi criar um show específico para cada um dos discos ao invés de criar uma coisa única para levar aos palcos.

“Essa foi uma vontade de levar pras cidades que não vão receber o ‘Esquinas’, um show especial. O ‘claraboia’ combina com a delicadeza e a intimidade do nosso show voz e violão, então fez sentido pra gente”, explicou a cantora ao POPline. De fato, se for olhar os locais escolhidos para a turnê do novo álbum, dá pra perceber que são cidades mais situadas ao interior, no contraponto às capitais que irão receber a “Turnê das Esquinas”.

“A princípio, na ‘Turnê das Esquinas’ a gente flerta pouco com o repertório do ‘claraboia’, mas se der na telha, a gente vai cantar, claro! Na turnê do ‘claraboia’, a gente não faz a menor ideia, porque ainda falta um tempão e não começamos a montar [risos]”, diz Vitória a respeito dos shows marcados para o período entre fevereiro e maio do ano que vem.

Só em 2025, o duo já levou aos palcos diversos formatos de turnê e, entre os shows do “Esquinas” e do “claraboia”, elas ainda farão uma série de apresentações no Canadá. ANAVITÓRIA tem 5 shows marcados entre 6 e 11 de novembro, passando por Toronto, Ottawa e Montreal. Vitória conta que, apesar de terem emendado uma turnê na outra, não há espaço para confusão já que a equipe delas trabalha com cronogramas sempre com bastante antecedência.

“A gente vive um pré dessas turnês, temos datas com muita antecedência, ensaios, muitas conversas e organizações que nos colocam no sentido de viver cada coisa. Com a correria existente num trabalho como esse, é claro. Mas tem muita conversa interna e um desenho minucioso de Felipe e Isadora montando nossos próximos passos. Daqui pro fim do ano é ‘Esquinas’, um pit stop no Canadá e só ano que vem temos ‘claraboia’. Parece confuso [risos], mas a gente vai se arrumando direitinho pra dar tudo certo”, destaca a artista.

Fonte: portalpopline

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