O Sistema Único de Saúde (SUS) respondeu por 60% dos principais exames de imagem
O levantamento indica que foram realizados cerca de 634 exames para cada 1 mil usuários do SUS, enquanto nos planos de saúde a média foi de aproximadamente 1.323 procedimentos por 1 mil beneficiários.
Os dados fazem parte do Atlas da Radiologia no Brasil 2025, produzido pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, com base em informações do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Foram analisados cinco tipos de exames: raio-x (exceto odontológico), mamografia, ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética.
O estudo considerou 160,4 milhões de brasileiros atendidos pelo SUS e 51,2 milhões com plano de saúde. A partir dessa base, foi calculada a densidade de exames por usuário e criado o Indicador de Desigualdade Público/Privado (IDPP).
Desigualdade menor
A análise anual revela aumento da densidade de exames no SUS e queda do IDPP desde 2014 em quatro tipos de exames: raio-x, ultrassonografia, tomografia e ressonância. Para mamografias, a desigualdade aumentou até 2020, mas diminuiu nos anos seguintes, mantendo-se superior a 2014 (3,54 contra 3,23).
Isso indica que usuários de planos de saúde realizaram 3,54 vezes mais mamografias que os do SUS, exame essencial para rastreio e diagnóstico precoce do câncer de mama. As recomendações divergem: o Ministério da Saúde orienta a cada dois anos para mulheres de 50 a 69 anos, enquanto a ANS prevê rastreio a partir dos 40 anos.
O menor IDPP foi registrado no raio-x (1,36), e o maior na ressonância magnética (13,13), embora a densidade deste exame no SUS mais que tenha dobrado entre 2014 e 2023.
Disponibilidade dos exames
O Atlas também aponta diferenças regionais na disponibilidade de equipamentos. O Brasil possui quase 27 ultrassons e 16 raios-x a cada 100 mil habitantes, mas apenas 3,38 tomógrafos, 3,21 mamógrafos e 1,69 ressonâncias. A Região Sudeste concentra mais aparelhos em números absolutos, enquanto o Centro-Oeste apresenta maior densidade em quatro tipos de equipamentos, exceto raio-x.
O Nordeste registra menor acesso a tomógrafos e ressonâncias, e a Região Norte apresenta deficiência em ultrassons, mamógrafos e raios-x. Por exemplo, no Acre, a rede pública dispõe de apenas 7 mamógrafos, menos de 1 por 100 mil usuários, enquanto a rede privada conta com 35 por 100 mil.
O estudo também calculou o IDPP da oferta de equipamentos, mostrando menor desigualdade no raio-x (2,34) e maior nos ultrassons (3,74), reforçando a diferença entre público e privado.
Fonte: cenariomt