Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), um caso de autoagressão envolvendo adolescentes entre 10 e 19 anos é registrado a cada 10 minutos no Brasil. A entidade destaca a importância de escuta e acolhimento, alertando para sinais como tristeza persistente, abandono de atividades prazerosas e exposição deliberada a riscos.
O levantamento, baseado no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), mostra que apenas nos últimos dois anos a média diária de atendimentos chegou a 137, incluindo tentativas de suicídio e violência autoprovocada, ressaltando que a subnotificação ainda é um desafio.
Escuta e acolhimento
A SBP reforça que pais, responsáveis, educadores e pediatras desempenham papel central na identificação de sinais de alerta e na orientação preventiva. O acompanhamento médico pode ajudar a intervir precocemente, minimizando riscos.
Serviços de apoio
Adolescentes com pensamentos suicidas ou sinais de autoagressão devem buscar apoio familiar, escolar e profissional. Entre os serviços disponíveis estão:
- Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e Unidades Básicas de Saúde;
- UPA 24h, SAMU 192, pronto-socorros e hospitais;
- Centro de Valorização da Vida (CVV) – 188, com atendimento gratuito, sigiloso e voluntário.
Distribuição por região
O Sudeste concentra quase metade das notificações, com São Paulo liderando. O Nordeste e o Sul seguem com números relevantes, enquanto Norte e Centro-Oeste registram casos menores proporcionalmente, mas ainda significativos.
Casos graves e óbitos
Nos últimos dois anos, 3,8 mil adolescentes precisaram de internação por violência autoprovocada, com média de cinco internações diárias, principalmente entre jovens de 15 a 19 anos. Além disso, cerca de 1 mil adolescentes morrem por suicídio anualmente, com maior incidência na faixa etária de 15 a 19 anos.
Sinais de alerta
- Tristeza persistente;
- Abandono de atividades prazerosas;
- Autolesão;
- Exposição a situações de risco;
- Falta de expectativas para o futuro.
A SBP alerta que ansiedade, depressão e fatores como sobrecarga familiar, pressão escolar e riscos digitais agravam a vulnerabilidade. O estigma sobre saúde mental e a facilidade de acesso a meios letais aumentam o risco de suicídio.
Fonte: cenariomt