Chapada dos Guimarães

Mercado do Centro de Chapada entra em Recuperação Judicial devido a Obras no Portão do Inferno

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O Supermercado Somar, situado no centro de Chapada dos Guimarães, entrou em recuperação judicial para renegociar R$ 6,7 milhões em dívidas. O juiz Márcio Aparecido Guedes, da 1ª Vara Cível de Cuiabá, verificou que a empresa comprovou a capacidade de soerguimento e concedeu a medida de soerguimento. Com mais de 40 anos de atuação, o Somar atribuiu sua crise à fatores financeiros, contábeis e, em especial, as obras no Portão do Inferno na MT-251, principal via de acesso à cidade turística.
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Com mais de duas décadas de operação, a empresa evoluiu para Supermercado em 2006, sendo que em 2021 houve modernização e ampliação da capacidade de atendimento, promovendo reforma estrutural e atualização do mobiliário, financiadas por operações de crédito bancário. Hoje com 17 funcionários e dívidas de R$ 6.752.257,66, não restou outra saída senão requerer a recuperação.
O pedido de recuperação, então, foi motivado por uma série de problemas, que começaram em 2022. Autuações fiscais inesperadas, aumento substancial nos custos de mercadorias, restrições de créditos e principalmente a interdição do Portão do Inferno, o que impactou severamente o faturamento diante da queda expressiva no fluxo de turistas em Chapada.
O juízo constatou, com base no Laudo de Constatação Prévia do perito, que a empresa cumpriu satisfatoriamente todos os requisitos formais e processuais previstos na Lei nº 11.101/2005, e permitiu que o Somar, que permanece em atividade, reorganize seu passivo e preserve sua função social. Foi também analisado o pedido de declaração de essencialidade dos bens para a continuidade das operações do supermercado.
Diante de desmoronamentos que começaram no final de 2023, a rodovia MT-251, no trecho que liga Cuiabá a Chapada, passou a receber uma série de intervenções e chegou a ser interditada diante das obras no Portão do Inferno.  
Para resolver o problema, o Governo de Mato Grosso optou pela realização de uma obra de retaludamento, em que ocorreriam cortes na estrutura do morro e das rochas para criar degraus. A ordem de serviço foi assinada em março e as obras se iniciaram em 28 de agosto de 2024, com previsão de entrega para 120 dias. Em junho deste ano, o Governador Mauro Mendes (União) anunciou que a continuidade era inviável e intervenção foi paralisada mesmo após receber R$ 10 milhões de investimentos.  
O Ministério Público Federal (MPF) acompanha como as iniciativas acerca do local que estão sendo realizadas por parte da Sinfra-MT. O acompanhamento conta com o monitoramento do ICMBio, responsável pela administração do Parque. Com a interrupção do projeto de retaludamento, a alternativa encontrada foi a construção de um túnel, que está em processo de licitação, que deverá ser concluído em 2026. As obras, enquanto isso, seguem paralisadas e, quando chove, o trecho opera em “pare e siga”, o que atrapalha o fluxo de turismo em Chapada.
De acordo com estimativas da Azambuja Engenharia e Geotecnia, o custo da obra pode variar significativamente conforme o traçado escolhido. Um túnel mais curto, contornando apenas o ponto crítico do Portão do Inferno, foi orçado em R$ 450 milhões em 2023. Já o projeto de um túnel mais longo, que desvia de todo o trecho entre a Salgadeira e a Curva da Mata Fria, foi avaliado em R$ 1,9 bilhão. Corrigidos pela inflação da construção civil, os valores atualizados chegam a R$ 497,1 milhões e R$ 2,1 bilhões, respectivamente.
A licitação será feita pelo modelo de contratação integrada (RDCI), que prevê a elaboração do projeto executivo e a execução da obra pela mesma empresa ou consórcio vencedor. O governo ainda não confirmou qual dos dois traçados será adotado, mas a escolha deverá ser detalhada no edital.
 
 

Fonte: Olhar Direto

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