Sim, mas ninguém consegue enxergar todas elas. O olho humano é capaz de distinguir 10 milhões de cores – o que é muito, mas não infinito.
Pense assim: você pode dividir o espaço entre o 0 e o 1 em infinitas partes, que resultam em frações como 0,1, 0,637 ou 0,987571. O espectro de cores também é assim.
Cada tonalidade corresponde a um comprimento de onda (ou a uma mistura deles) dentro do espectro visível da luz. As ondas mais curtas são percebidas como violeta, enquanto as mais longas são tons avermelhados. Entre as duas, há o arco-íris inteiro.
A questão é que não existe uma divisão objetiva entre o amarelo e o laranja, ou entre o azul-bebê e o azul-piscina. Assim como as casas decimais do zero ao um, o espectro entre duas cores pode ser detalhado ao infinito.
Aí não tem Pantone que dê conta de classificar. Mas tudo bem: para nós, o que importa são as cores que conseguimos diferenciar. Se não dá para captar as nuances entre dois tons parecidos, eles são a mesma cor aos nossos olhos.
Os humanos têm estruturas no fundo da retina chamadas de “cones” que são sensíveis a três faixas do espectro eletromagnético (vermelho, verde e azul). A combinação entre elas é o que nos permite perceber milhões de cores.
Malformações nos cones podem mudar o que o indivíduo enxerga, causando diferentes tipos de daltonismo. Outros animais têm mais tipos de cones e podem enxergar cores muito diferentes das que a maioria dos humanos vê. Algumas aves e insetos, por exemplo, captam o ultravioleta, invisível para nós.
Ainda assim, é improvável que exista alguma espécie capaz de detectar todas as frequências do espectro eletromagnético – que vai muito além da luz visível, incluindo ondas de rádio, micro-ondas, infravermelho, raios-X e muito mais.
Pergunta de Pedro Zuben, Rio Claro (SP)
Fonte: abril