Essa é a análise do presidente estadual do PL, Ananias Filho. Ele explica que o nó surge porque há uma divisão entre quem decide os apoios ao Senado e quem decide os apoios ao governo. Ananias também deixou em aberto uma possível aliança do PL com o MDB na disputa ao governo, ou até que mais de um candidato a governador receba apoio de Bolsonaro.
Ao ex-presidente Jair Bolsonaro, presidente de honra do PL, cabe escolher quem receberá o apoio do bolsonarismo ao Senado, já que lhe interessa alcançar dois terços da Casa para avançar pautas como anistia e pedidos de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal. A Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, cabe definir os candidatos a governador apoiados institucionalmente pela sigla.
“Então, o Wellington é candidato, o Pivetta é candidato, de partidos diferentes. O PL tem um candidato próprio ao Senado. O outro é do União Brasil, ligado a outro candidato. O nosso é ligado diretamente ao nosso. É um nó tático. Precisamos começar a destrinchar e vamos fazer”, disse Ananias, nesta sexta-feira (12).
Além dos nomes citados por Ananias, está em jogo a pré-candidatura da deputada estadual Janaina Riva (MDB) ao Senado. Nos bastidores, articula-se uma chapa com Wellington Fagundes ao governo e Medeiros e Janaina ao Senado. O apoio de Bolsonaro a Mendes, porém, dificulta esse arranjo.
De acordo com Ananias, o apoio de Bolsonaro a Mauro Mendes não impede uma aliança entre PL e MDB, mas essa costura será conduzida por Valdemar Costa Neto, em nível nacional.
“Não há descarte de conversar, de dialogar, mas não tomei conhecimento de como o presidente Valdemar irá conduzir essa situação. Não há veto à aliança. O presidente Valdemar não vetou a aliança”, afirmou.
Para destravar o impasse, ele aventa migrações partidárias, sem detalhar quem, ou que mais de um candidato ao governo receba apoio de Jair Bolsonaro. Assim, seria possível, por exemplo, que Medeiros e Mauro fossem os candidatos ao Senado do ex-presidente sem estarem no mesmo palanque para o governo.
“Tudo tem que ser construído e conversado. Nada está descartado. Pode haver mudanças de partido até 1º de abril do ano que vem. Pode haver candidaturas avulsas. Pode haver mais de um apoio a candidato a governador”, concluiu.
Fonte: Olhar Direto