“Loucura” é um termo amplo, que no passado fez parte mais amiúde da medicina, especificamente da psiquiatria, estendendo-se rapidamente ao uso popular. Com o avanço da ciência médica, o vocábulo foi paulatinamente abandonado pela psiquiatria, que passou a utilizar termos mais novos e mais adequados para denominar as diferentes enfermidades mentais.
Não obstante, a palavra loucura permaneceu no gosto popular e grandemente usada até os dias atuais. É definida em nossos dicionários como “um estado de insanidade ou alienação mental, caracterizado pela perda da razão e pela incapacidade de agir ou pensar normalmente”. Também descreve “atos de insensatez, imprudência ou extravagância, ou um estado de grande entusiasmo ou excitação”. Dentre as principais definições estão a insensatez, a extravagância, a perda da razão e a incapacidade mental. Juridicamente, refere-se à incapacidade civil ou penal de uma pessoa, em consequência de doença psiquiátrica. Um conceito popular muito usado vê a loucura como algo de demasiado entusiasmo ou simplesmente grandioso como amar alguém loucamente ou ter loucura por alguém ou ainda uma ação de grande risco como a loucura de praticar um esporte radical.
Em medicina, a loucura já foi vista como insanidade mental ou um transtorno mental grave e incapacitante. Hoje, porém, é um termo evitado pela psiquiatria, que o substituiu por expressões mais adequadas, como é o termo psicose, com seus delírios, alucinações, pensamentos incoerentes e outros sintomas confusionais, que constituem os principais sintomas englobados pela palavra loucura.
De qualquer forma é um termo que traz consigo uma história social de cada época passada, com seus mitos e verdades e com o peso dos temores de uma sociedade em relação aos seus “loucos“, vistos na antiguidade e ainda na idade média como pessoas possuídas por demônios, que necessitavam ser isoladas da sociedade, trancafiadas em celas ou, até mesmo, condenadas à morte na fogueira para eliminar os espíritos maus que ocupavam os corpos dessas pessoas.
Além de tudo o que foi visto e falado, a palavra “loucura” passou a ser muitas vezes usada, principalmente nos dias atuais, de forma pejorativa e estigmatizante, que serve para desqualificar pessoas, muitas vezes apenas excêntricas e não doentes mentais, colocando-as como indivíduos fora das normas sociais estabelecidas. Não podemos esquecer que a linha que separa a sanidade da insanidade (aquela que muitos ainda denominam de loucura) é mais tênue do que podemos imaginar.
E se falarmos em depressão, seria esta uma doença catalogada como loucura em épocas passadas? Na maioria das vezes não, mas em alguns casos em que estão presentes delírios (quando, por exemplo, a pessoa acredita estar sendo perseguida, sem que isso seja verdadeiro) ou alucinações (quando, por exemplo, há visões ou audições que, na verdade, não existem), dá-se a essa doença depressiva o nome de depressão psicótica, uma das loucuras de antigamente.
Esse termo do passado também diz respeito ao ato insano de atentado contra a própria vida. O importante é saber que esta e outras insanidade, que estejam ou não entre as psicoses, que atentem ou não contra a própria vida, são passíveis de abordagem terapêutica, com grande teor de resolutividade. Devemos estimular os pacientes, seus familiares e amigos à busca de acolhimento e tratamento médico e psicológico, havendo urgência nos casos em que a insanidade mental tem como planejamento dar fim à própria vida.
Nesses casos, a psiquiatria, como especialidade médica e a psicologia são as duas clínicas capacitadas ao acolhimento, atendimento, tratamento e acompanhamento ambulatorial ou hospitalar desses enfermos.
Fonte: primeirapagina