BYD avança e montadoras tradicionais correm contra o tempo
BYD avança e montadoras tradicionais correm contra o tempo. Veja o que a marca chinesa tem que fez com que as demais montadoras se mobilizassem.
A ascensão meteórica da BYD no mercado automotivo brasileiro acendeu um alerta nas montadoras mais tradicionais. Com uma estratégia agressiva focada em veículos elétricos e híbridos, a gigante chinesa já ultrapassou marcas como Honda, Nissan e Renault no ranking de vendas, e a pergunta que fica é: as montadoras brasileiras demoraram para agir?
BYD avança e montadoras tradicionais correm contra o tempo
A BYD não chegou ao Brasil para ser coadjuvante. Em um curto período, a empresa se consolidou como uma força a ser reconhecida, impulsionada por modelos como o Dolphin e o Song Plus. O sucesso da BYD pode ser atribuído a uma combinação de fatores:
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Preços competitivos: A marca ofereceu veículos elétricos e híbridos com preços mais acessíveis, quebrando a barreira que, por muito tempo, afastou o consumidor brasileiro da eletrificação.
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Tecnologia de ponta: Além dos preços, os carros da BYD vieram equipados com um nível de tecnologia e acabamento que os colocou em pé de igualdade, ou até superior, a modelos de marcas tradicionais, especialmente na mesma faixa de preço.
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Foco na eletrificação: Enquanto as montadoras tradicionais mantinham a maior parte de seus portfólios baseada em motores a combustão, a BYD chegou com uma linha totalmente eletrificada, atendendo à demanda crescente por sustentabilidade e inovação.

A lacuna no mercado de eletrificados, deixada em grande parte pelas montadoras tradicionais, foi a oportunidade perfeita para a BYD. Embora marcas como Toyota tenham investido em híbridos, a resposta em modelos totalmente elétricos e com a mesma relação custo-benefício que a BYD ofereceu foi lenta ou inexistente.
A reação do mercado e a “guerra” nos bastidores
Diante do rápido avanço da BYD, a reação das montadoras tradicionais não se limitou ao campo do mercado. Em vez de acelerar o lançamento de modelos competitivos, empresas como Volkswagen, Stellantis, GM e Toyota optaram por uma abordagem mais política.
Uma carta conjunta foi enviada ao presidente Lula, na qual as montadoras pediram que a isenção de impostos para veículos importados, como os da BYD, não fosse concedida. O argumento era de que a prática “afetaria diretamente a demanda de autopeças e de mão de obra”, representando um “legado de desemprego” e “dependência tecnológica” para a indústria nacional.
A BYD, por sua vez, respondeu à altura. Em uma carta aberta, a empresa chinesa sugeriu que a real preocupação das concorrentes não era o desemprego, mas sim a perda de mercado e a dificuldade de competir com os preços e a tecnologia que a marca oferecia.
A marca chinesa classificou a reação como “o velho roteiro de sempre”, usado para frear a inovação e a entrada de novos competidores no mercado.

O futuro do mercado automotivo brasileiro
O impasse mostra um cenário de transição. As montadoras tradicionais, acostumadas com um domínio de décadas no mercado brasileiro, estão sendo desafiadas por uma nova onda de competidores que, com agilidade e foco em tecnologia, estão redefinindo as regras do jogo.
Se por um lado a pressão das montadoras tradicionais busca proteger o mercado e a indústria nacional, por outro, a chegada de players como a BYD acelera a transição para a eletrificação e força a indústria a se modernizar. O consumidor, no fim das contas, é o principal beneficiado, com mais opções de tecnologia e preços competitivos.
A pergunta que permanece é: a reação tardia das montadoras tradicionais será suficiente para frear a BYD ou elas terão que, de fato, se adaptar e competir no novo cenário?
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Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.
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Sou Robson Quirino. Formado em Comunicação Social pelo IESB-Brasília, atuo como Redator/ Jornalista desde 2009 e para o segmento automotivo desde 2019. Gosto de saber como os carros funcionam, inclusive a rebimboca da parafuseta.
Fonte: garagem360